Evidências moleculares da transmissão horizontal do vírus da hepatite C (VHC) entre cônjuges

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Mello, Isabel Maria Vicente Guedes de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-08012007-144312/
Resumo: A transmissão do VHC vem diminuindo após a implementação de diretrizes de triagem de doadores de sangue e adoção de políticas sociais para reduzir o risco de infecção em UDI, entretanto o VHC ainda constitui um grave problema de saúde pública mundial. Em torno de 10% dos pacientes infectados com VHC não referem exposição a nenhum fator de risco conhecido. Alguns estudos demonstraram a presença de RNA em diferentes secreções, sugerindo a existência de outras rotas de transmissão do VHC. Este estudo teve como objetivo analisar as relações filogenéticas de diferentes regiões genômicas do VHC de cônjuges portadores crônicos e correlacioná-las com seqüências de portadores crônicos não relacionados atendidos no mesmo ambulatório. Foram selecionados 18 pacientes (9 casais) com genótipo concordante entre eles e 42 controles (14 de cada genótipo encontrados nos casais). Foram amplificadas e seqüenciadas as regiões NS3 (~620nt) e NS5B (~360nt). As seqüências foram alinhadas usando o programa Clustal X e Bioedit 6.0.7. A presença do sinal filogenético, nas regiões estudadas, foi analisado através do mapeamento da verossimilhança pelo programa Tree-Puzzle. Os modelos evolucionários foram estimados pelo teste de razão de verossimilhança com o auxílio do programa Modeltest e utilizados para as análises das seqüências NS3, NS3+NS5B (TrN+I+G) e NS5B(TrNef+I+G). Foram empregados os métodos de distância com algoritmo de agrupamento de vizinhos e máxima verossimilhança com o algoritmo de rearranjo dos braços, seccionando a árvore em dois pedaços e ligando em outras partes, para a construção das árvores, pelo programa PAUP*4b10. Foram calculados os valores de bootstrap, com 1000 réplicas, para a verificação da sustentação de ramos nas topologias. Nas análises foram incluídas seqüências referencia do Genbank de diferentes genótipos. Todos os casais tiveram a região NS5B amplificada e seqüenciada, entretanto, não foi possível amplificar e seqüênciar a região NS3 de amostras de 2 casais. Considerando-se as três análises o sinal filogenético foi de 90.5% (NS5B - 199 nt), 92.9% (NS5B - 344 nt), 94.8% (NS3 - 619 nt ) e 96.1% (NS5B + NS3). Como esperado, o melhor sinal filogenético foi obtido com as seqüências das duas regiões concatenadas NS3+NS5B. As análises filogenéticas sugerem fortemente que os vírus dos casais 3, 4, 6, 7, e 8 têm a mesma origem. Na maioria das análises as seqüências dos vírus destes casais formaram um grupo monofilético com valores de bootstrap acima de 70. As seqüências dos outros casais, em algumas situações, apresentaram grupos monofiléticos, contudo os valores de bootstrap não foram significativos. A utilização de seqüências de duas regiões genômicas diferentes suportam a hipótese de que os vírus dos casais 3, 4, 6, 7 e 8 têm a mesma origem. A inclusão de seqüências controle, dos mesmos subtipos encontrados nas amostras dos casais, foram fundamentais para a confirmação dos resultados. Estes resultados indicam fortemente a possibilidade de transmissão entre casais.