Estudo Molecular dos Vírus B e C das Hepatites nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Silva Filho, Hermes Pedreira da
Orientador(a): Reis, Mitermayer Galvão dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4219
Resumo: Infecções pelos vírus B e C das hepatites constituem um significante problema de saúde pública em todo mundo. Mais de 350 milhões de pessoas estão cronicamente infectadas pelo VHB e 170 milhões pelo VHC. No Brasil, a prevalência de pessoas infectadas pelo VHB varia de baixa endemicidade (<2%) até alta, (>7%), e estima-se que 1,5% da população esteja infectada pelo VHC (WHO). Estudos recentes tem demonstrado consideráveis variações entre os isolados do VHB, confirmando a diversidade de genótipos do vírus circulantes e o surgimento de mutações no genoma viral que podem ter impacto na resposta terapêutica e imune. Informações sobre a diversidade genética do VHB serão de grande valor para determinar fatores de risco associados a disseminação do vírus e auxiliar na adoção de medidas de prevenção e terapêutica. A infecção pelo VHC tornou-se um sério problema de saude pública desde que não existe uma vacina disponível e o tratamento é extremamente caro para os órgãos públicos como desgastante para o paciente. Este trabalho utilizou as ferramentas moleculares e de epidemiologia no estudo destes vírus para caracterizar molecularmente os vírus B e C das hepatites nas Regiões Norte e Nordeste, particularmente na Bahia, através de sequenciamento de DNA e análises filogenéticas. Amostras de pacientes provenientes da Bahia, Acre, Rondonia, Amazonas, Maranhão e Tocantins foram analisadas. As amostras foram oriundas de outros estudos e de centros de referência para tratamento das hepatites, sendo avaliadas 635 amostras para o VHC e 335 de VHB. Sequencias das regiões pré-S/S e pré- Core/Core do VHB e NS5b, 5UTR, E1 e Core do VHC foram utilizadas para classificação genotípica e análise filogenetica. Os genótipos mais frequentes para o VHB foram A (57%), D (10%) e F(33%) na Bahia e nas amostras da região Norte. Nós encontramos em nosso estudo 55,6% de pacientes co-infectados com VHB/Delta. Não foi possível estabelecer uma ligação genótipo específico com a evolução da infecção, e determinar a presença de mutantes relacionados à resposta terapêutica e ao escape imunológico. Com relação ao VHC, a subtipagem dos isolados foi realizada através do sequenciamento da região NS5b e 5UTR (n=230). Os sub-genótipos mais frequentes foram 1a(45,6%), 1b (46,9%), 3a (6,5%) e 2a/b(0,8%). As regiões E1 e Core também foram sequenciadas e no futuro serão utilizadas para avaliar possiveis mutações. O presente estudo mostra que a aplicação de protocolos de sequenciamento, bioinformática e filogenia são indispensáveis para a compreensão da epidemiologia molecular dos vírus das hepatites.