Manipulação de recém-nascidos pré-termo: o cenário na UTI neonatal de um hospital do interior paulista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Pereira, Fabíola Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-09032010-161520/
Resumo: Introdução: O progresso tecnológico nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais (UTIN) possibilitou o aumento da sobrevida de recém-nascidos pré-termo (RNPT) muito imaturos. Este avanço tornou a UTIN estressante devido ao grande número de procedimentos invasivos, aos equipamentos, à presença de luz, ao ruído e à manipulação excessiva que contribuem para as alterações no desenvolvimento dos prematuros. Objetivo: Descrever a manipulação a que o RNPT é submetido na UTIN de um hospital do interior paulista. Metodologia: Estudo descritivo e exploratório realizado com 20 RNPT, os quais foram filmados, durante 24 horas consecutivas. As manipulações foram categorizadas em: monitoramento, terapêutica e de cuidado. Os procedimentos realizados conjuntamente foram considerados como uma manipulação na contagem da frequência de manipulações do RN. A duração foi registrada do início até o término de cada procedimento e, quando agrupado, foi considerado o momento exato do primeiro procedimento até o término do último, totalizando o período de uma manipulação em agrupamento. Resultados: Houve um total de 768 manipulações e 1.341 procedimentos, com médias de 38,4 e 67,05 respectivamente. As manipulações com apenas um procedimento (504) representaram 65,6% dos casos, e os agrupamentos contiveram de 2 a 10 procedimentos. Os profissionais foram responsáveis por 680 situações (91,8%) das manipulações contra 61 (8,2%) dos familiares. Os auxiliares de enfermagem foram os que mais manipularam os RNPT, com 597 (80%) manipulações realizadas apenas por eles e 5 manipulações auxiliando outros profissionais. A duração média do período de manipulação foi de 2 horas (h) 26 minutos (min) e 33 segundos (s). A mediana foi de 2 h 15 min 29 s e o desvio-padrão de 1 h 41 min 30 s. A duração total de tempo em que os RNPT foram submetidos à manipulação foi de 48 h 51 min, 9,37% do total de filmagem. O prematuro mais manipulado, durante as 24 horas, foi o RNPT3, com 5 h 9 min e 9 s em manipulação, e o RNPT17 foi manipulado no menor período de tempo, 53 min e 15 s. Os RNPT tiveram, em média, 19 h 28 min e 46 s sem ter sido manipulados contra 4 h 16 min 42 s de tempo de manipulação. A mediana do tempo sem manipulação foi de 19 h 44 min e 16 s e o desvio-padrão de 1 h 36 min e 53 s. O prematuro que teve o maior período sem ser manipulado, de forma ininterrupta, foi o RNPT18 com 5 horas 16 minutos e 18 segundos , e o que teve menor período máximo de descanso foi o RNPT2, com 30 min e 12 s. Conclusão: as manipulações individuais representaram a maior parte das manipulações, e, quando ocorrem os agrupamentos de cuidados, não houve uma organização dos procedimentos. Houve poucos procedimentos que visaram ao cuidado desenvolvimental. Preserva-se a manipulação com duração menor que 1 minuto, ainda que em frequências menores do que nos estudos anteriores. Ficou evidente a escassa participação da mãe e dos familiares no cuidado ao RNPT, apesar de a visita materna ser facilitada pela equipe. É necessário um envolvimento da equipe para promover maior participação dos familiares no cuidado aos RNPT.