Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2003 |
Autor(a) principal: |
Petersen Junior, Klaus Juergen |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-13112015-154023/
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Resumo: |
As mineralizações do Corpo IV e V da estrutura IV do Greenstone Belt de Crixás estão encaixadas em metassedimentos carbonosos da Formação Ribeirão das Antas dentro do Grupo Crixás. As estruturas estudadas revelaram que os corpos com teores econômicos de ouro são núcleos relativamente preservados pelo cisalhamento brasiliano, ou seja apenas a geometria dos corpos de minério é controlada pelos shear zones, segundo um padrão \"S/C\". Desta maneira propõe-se que a formação dos corpos IV e V mineralizados em ouro tenham se formado em zonas de cisalhamento paleoproterozóicas, conforme datações realizadas por trabalhos anteriores e que os mesmos tenham sido reorientados e desmembrados pelas zonas de cisalhamento no ciclo Brasiliano. As relíquias de estruturas sedimentares da Formação Ribeirão das Antas indicam ambiente deposicional marinho, provavelmente bastante oxigenado, próximo a margens continentais ativas. Os estudos petrográficos permitiram determinar diversas associações relacionadas à alterações hidrotermais, particularmente das gerações de porfiroblastos metamórficos de granada almandínica, Fe-tschermakita, cloritóide e arsenopirita, que devem representar o pico metamórfico, ao qual se sucedeu a mineralização de sulfetos de ouro. A química dos minerais do corpo IV revelou grandes semelhanças com os minerais de alteração hidrotermal relacionadas das zonas mineralizadas na Mina III, sugerindo que o conjunto faz parte de um mesmo evento metalogenético. Asanálises permitiram ainda a caracterização dos tipos de alteração relacionados à mineralização de ouro como propilitização, sericitização, albitização, carbonatização, turmalinização, sulfetização, epidotização, silicificação, dispostos na forma de halos aproximadamente concêntricos. Estes halos são reconhecíveis apenas quando os mesmos não foram obliterados pelo evento neoproterozóico. Também foi possível ainda determinar as condições geotermobarométricas para os pares granada-biotita, que ocorrem no núcleo da alteração hidrotermal, revelando condições de T e P variando de 430 a 580°C e 5,7 a 8,3 kbar, respectivamente. As diferentes estruturas tectônicas associam-se a quatro sistemas de veios de quartzo, denominados Q-IV1, Q-IV2, Q-IV3 e Q-IV4. Dentre estes veios, os mais antigos (Q-IV1 e Q-IV2) são pré-neoproterozóicos. A mineralização principal de ouro e sulfetos, entretanto, relaciona-se com o segundo sistema de veios (Q-IV2), mas ocorreu imediatamente após a precipitação de quartzo. Esta afirmação é reforçada pelos resultados microtermométricos de inclusões fluidas em quartzo contido na lineação mineral e de estiramento (\'L IND. m/e3\'), que representa o paleo-conduto da mineralização de sulfetos e ouro, com características do fluido e isócoras idênticas às encontradas nas inclusões fluidas do veio de quartzo Q-IV2. Os veios seguintes têm, neste contexto, apenas o papel de remobilização do Au, geralmente precipitado sob a formalivre. A microtermometria de inclusões fluidas revelou variações significativas nas características dos fluidos e das isócoras, permitindo enquadrá-los nos diversos eventos que acometeram as rochas desse pacote. O cruzamento das isócoras relacionadas aos veios de quartzo Q-IV2 e a geotermobarometria mostrou que os mesmos cristalizaram no final do evento D3, imediatamente após a formação dos porfiroblastos metamórficos. Tanto a análise dos dados de microtermometria (faixas mais largas das isócoras extremas, diagrama Th\'CO IND.2\' versus Tf\'CO IND.2\', trilhas de inclusões com fortes variações nas relações volumétricas), assim como diversas feições petrográficas indicaram fortes indícios da existência de processos de imiscibilidade e/ou mistura que seriam responsáveis pela precipitação de sulfetos e ouro. As observações realizadas, particularmente as altas pressões derivadas da geotermobarometria, indicam que a mineralização nos Corpos IV e V é epitermal, podendo chegar a hipotermal, com fortes vínculos metamórficos ocorridos em condições de fácies xisto verde superior à anfibolito inferior. Para a realização do estudo petrográfico foi elaborado um programa de computação baseado em softwares de baixo custo, que permitiram que o banco de dados petrográfico fosse vinculado a um sistema vetorial de posicionamento. Isso resultou em uma melhor organização dos dados para as interpretações e mostrou que não são necessárias ferramentas de informática altamente dispendiosas para esse tipo de processamento. |