Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Miyashita, Leonardo Kenji |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21134/tde-30032015-143135/
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Resumo: |
Esta tese foca no papel dos misídeos em ecossistemas costeiros, considerando aspectos de sua distribuição, biologia e ecologia, tais como: distribuição zoogeográfica no Atlântico Sudoeste; dinâmica populacional dos misídeos no estuário de Cananéia, explorando sua distribuição espacial e temporal em relação às variáveis ambientais e abundância do zooplâncton; traços reprodutivos, produção anual e tolerância a gradientes de salinidade; taxas de alimentação, seletividade e respostas funcionais; predação inter- e intraespecífica; e predação sobre os misídeos. Atenção particular foi dada ao papel trófico dos misídeos no contexto da teoria da Biodiversidade e Funcionamento do Ecossistema em ecologia. Através de abordagens experimentais foram avaliados os efeitos da riqueza de espécies da comunidade de misídeos sobre sua seletividade alimentar e taxas de consumo. O efeito da riqueza de espécies da comunidade de predadores dos misídeos também foi considerado. Misídeos geralmente compõem a epifauna bêntica dominante em águas costeiras, tendo assim papel chave nas cadeias alimentares de regiões marinhas costeiras. No entanto, poucos estudos focaram esses organismos na América do Sul: apenas 31 de 1131 espécies de misídeos descritas no mundo foram registradas no Atlântico Sudoeste. No estuário de Cananéia, salinidade e temperatura foram parâmetros importantes na distribuição espacial e temporal dos misídeos. Maiores abundâncias e produção ocorreram na primavera, em decorrência de condições termohalinas mais favoráveis e a alta disponibilidade de alimento. Metamysidopsis elongata atlantica foi a espécie dominante numericamente, provavelmente por ser a única espécie de misídeo que consegue colonizar áreas de menor salinidade de forma efetiva, onde o alimento é mais abundante e as outras espécies de misídeos não ocorrem, evitando assim competição interespecífica e predação intraguilda. Metamysidopsis e. atlantica teve alta produção anual, fato que confirma a importância dos misídeos no fluxo de carbono em águas costeiras de regiões tropicas e subtropicais. Chlamydopleon dissimile, M. e. atlantica e Mysidopsis coelhoi tiveram comportamento alimentar oportunista sobre a comunidade de zooplâncton natural, mas houve evidência de que eles evitaram presas medindo entre 300 e 400 µm, compostas principalmente por Oithona spp. As taxas de ingestão tiveram um aumento não linear com o aumento da concentração de alimento, sugerindo resposta funcional do tipo II para as três espécies de misídeos. Houve tanto efeitos positivos (complementaridade) quanto negativos da combinação de espécies sobre a resposta alimentar das mesmas. Interações negativas estiveram provavelmente ligadas à predação intraguilda, resultando na redução da predação dos misídeos sobre o zooplâncton. Um aumento no número de espécies de predadores de misídeos resultou em um aumento na predação de misídeos em relação ao desempenho médio das monoculturas de predadores, mas não em comparação ao predador mais efetivo. Efeitos positivos da diversidade de predadores aumentaram com a heterogeneidade espacial, pois esta permitiu que efeitos de complementaridade interespecífica entre os predadores fossem melhor expressados. Além disso, a morte de predadores foi reduzida nos tratamentos com maior heterogeneidade espacial, provavelmente porque esta amenizou a ocorrência de predação intraguilda e/ou interações comportamentais negativas entre os predadores. E por último, efeitos de cascata trófica não foram observados, provavelmente em decorrência dos misídeos serem onívoros generalistas. |