Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1998 |
Autor(a) principal: |
Gallo-da-Silva, Valéria |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44136/tde-15012016-112601/
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Resumo: |
Neste trabalho, efetuamos uma revisão morfológica e sistemática das espécies do gênero Lepidotes Agassiz, 1832 do Mesozóico brasileiro, comparando-as com outras espécies de Lepidotes e outros Seminiotidae de diversas localidades estrangeiras. Apresentamos, ainda, a distribuição biogeográfica do gênero durante o Mesozóico, dando maior ênfase às ocorrências nas bacias sedimentares brasileiras, procurando estabelecer correlações entre as unidades estratigráficas. O material estudado consta, em sua maioria, de exemplares incompletos, escamas, dentes e/ou elementos ósseos desarticulados, provenientes das bacias sedimentares do Nordeste brasileiro. Lepidotes piauhyensis Roxo & löfgren, 1936 é a espécie que apresenta um maior número de espécimens completos ou, pelo menos, com complexos anatômicos passíveis de descrição. Este fato permitiu uma redescrição detalhada desta espécie, revelando estruturas anatômicas previamente desconhecidas, destacando-se os elementos do arco hióide e do suspensório mandibular, o que resultou na elaboração de uma diagnose com, pelo menos, uma autapomorfia e na proposta de uma sinapomorfia com Lepidotes gloriae Thies, 1989. Lepidotes roxoi Silva Santos, 1953, Lepidotes souzai Woodward, 1908 é uma espécie nova da Bacia de Sergipe-Alagoas também apresentam esqueletos parcialmente completos, permitindo uma descrição razoável de seus espécimens. Realizamos um minucioso estudo morfo-histológico das escamas articuladas e/ou isoladas. Duas microestruturas presentes nestas escamas, canalículos de Williamson e osteócitos, receberam um tratamento estatístico, indicando que os osteócitos representam, em termos quantitativos, uma caráter taxonômico diagnóstico. As escamas foram também analisadas no Microscópio Eletrônico de Varredura, com o objetivo de caracterizar os microtubérculos presentes na superfície da camada de ganoína. Esta análise revelou uma diferença mais significativa na densidade ) média destes microtubérculos entre as espécies estudadas. Como as escamas de Semionotidae são estruturas muito frequentes no registro fossilífero, consideramos relevante discutir, em detalhe, sua origem e estrutura. Tal discussão pode ser encontrada no Capítulo 15 desta Tese. Cerca de 21 dentes desarticulados de Lepidotes sp. (da Bacia do Recôncavo) foram analisados morfo-histologicamente, revelando detalhes interessantes na constituição mineralógica da camada de acrodina, que devem estar relacionadas a um tipo de dente triturador. Com base, principalmente, na dentição dos Seminotidae, elaboramos um estudo detalhado sobre hábitos alimentares do grupo (Capítulo 19). Para os exemplares inéditos aqui estudados, abrangendo escamas e dentes isolados e um crânio quase completo com parte da porção pós-cefálica, não foi proposto um status específico. A espécie Lepidotes llewellyni Silva Santos, 1953 foi aqui proposta como sinônimo de Lepidotes souzai, uma vez que foi descrita com base em material incompleto, constituído principalmente por escamas articuladas. Estas escamas são muito semelhantes às de Lepidotes souzai, quanto à morfologia e à ornamentação da camada de ganoína, representada por cristais e sulcos. As espécies Lepidotes mawsoni Woodward, 1888, Lepidote oliverai Silva Santos, 1969 e Lepidotes dixseptiensis Silva Santos, 1963 foram consideradas válidas, tendo como base não só morfologia externa das escamas, mas também sua microestrutura e as características dos tubérculos presentes na superfície externa da ganoína. A espécie Araripelepidotes temnurus (Agassiz, 1841), por não se tratar do objeto central desta Tese, não foi detalhadamente estudada. Porém, apresentamos, pela primeira vez, uma descrição de seu esqueleto caudal. Considerando a morfologia externa de algumas espécies de Semionotidae, Lepisosteidae e Amiidae, famílias cujas relações fologenéticas ainda não se encontram (continuação) estabelecidas e fazendo parte do antigo grupo \"Holostei\", realizamos um estudo de morfometria comparada, copm o objetivo de verificar se tais famílias poderiam ser discriminadas através de métodos de estatística multivariada. Os resultados deste estudo foram publicados em um artigo, cuja separata foi incluída no Apêndice 8 desta Tese. Devido à grande controvérsia que ainda existe sobre o posicionamento filogenético e as inter-relacões dos Semionotidae, sobretudo no que diz respeito ao Gênero Lepidotes, apresentamos uma proposta das relações fiologenéticas desta família, considerando preliminarmente 13 táxons. Esta proposta será ampliada e discutida em futuros trabalhos. |