Identificação do pigmento presente nos esferulócitos vermelhos do ouriço do mar antártico Sterechinus neumayeri (Meissner, 1900) e seu papel na modulação da resposta imune inata.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Emerenciano, Andrews Krupinski
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42134/tde-14122022-173258/
Resumo: Ouriços do mar são equinodermos bentônicos amplamente distribuídos geograficamente, que possuem um sistema imune inato bem desenvolvido capaz de fornecer uma ampla gama de respostas celulares e moleculares. As funções de seu sistema imune estão diretamente relacionadas aos celomócitos, diferentes tipos celulares presentes no líquido celomático. Dentre estas células, os esferulócitos vermelhos são considerados mediadores da resposta imune por meio da atividade antioxidante e bactericida do pigmento equinocromo-A presente em seus grânulos citoplasmáticos. Apesar da atividade descrita para os esferulócitos, ainda pouco se sabe sobre os mecanismos de atuação deles no sistema imune inato de ouriços do mar. Diferentes estudos mostram o aumento da proporção dos esferulócitos vermelhos em diferentes condições de estresse ambiental. Diante disso, este trabalho teve como objetivo identificar o pigmento presente nos esferulócitos vermelhos do ouriço do mar antártico Sterechinus neumayeri, bem como avaliar suas funções no sistema imune inato. O pigmento foi extraído a partir dos celomócitos, purificado por cromatografia líquida de alta eficiência em fase reversa (RP-HPLC), submetido a análises por espectrometria de massas (ESI-MS) e posteriormente avaliada sua atividade biológica em um contexto imunológico e molecular. Foram realizados ensaios in vitro com duas concentrações do pigmento (50 e 100µg/mL) durante 1h, 6h e 24 horas de incubação. Avaliou-se também o efeito dele na expressão dos genes policetídeo sintase (Pks), sulfotransferase (SULT), superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), metalotioneína (MT) e Hsp70. O tratamento das células com diferentes concentrações de pigmento não alterou a expressão de PKs, SULT e MT. Já para SOD, CAT e Hsp70 observou-se a diminuição da expressão em 1 hora a 100 µg/mL, seguida de aumento da expressão de CAT em 24 horas, para ambas as concentrações testadas. Constatou-se que os esferulócitos vermelhos de S. neumayeri possuem um novo pigmento naftoquinônico polihidroxilado. Além disso, verificou-se que esta espécie não apresenta o equinocromo-A. Observou-se aumento da capacidade fagocítica, em relação ao controle, após uma 1 hora de tratamento com as duas concentrações do pigmento. A análise da morfologia dos amebócitos fagocíticos após 1 hora de incubação com o pigmento mostrou aumento na marcação do citoesqueleto de actina, provavelmente devido a intensificação da polimerização dos filamentos de actina. Além disso foi observado uma diminuição da área dos amebócitos fagocíticos. Conclui-se que o pigmento presente nos esferulócitos vermelhos de S. neumayeri seja um forte candidato ao papel de imunoestimulador de amebócitos fagocíticos para esta espécie de ouriço do mar.