A torção do vazio: a emergência da teoria do sujeito de Alain Badiou à luz de Jacques Lacan

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vaz, Ivan de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-10122021-191923/
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo a exposição rigorosa da formulação de uma nova concepção teórica de sujeito que a filosofia de Alain Badiou colocou ao alcance de uma consideração mais detida do pensamento a partir da data de 1982, com a publicação daquela que pode ser enxergada como a sua primeira obra filosófica verdadeiramente original, a saber, o livro que atende pelo nome de Théorie du sujet. A abordagem escolhida para alcançar esse objetivo foi a de proceder a um minucioso exame do percurso histórico de elaboração dessa nova concepção teórica de sujeito: se, num primeiro momento, quando se estabelece uma inegável afinidade do jovem filósofo para com a tradição da chamada epistemologia histórica francesa e para com o estruturalismo - tendo essa dupla afinidade se concretizado pela adesão de Badiou, na década de 1960, ao programa teórico de Louis Althusser de estimar o verdadeiro peso científico do materialismo histórico -, se nesse primeiro momento o jovem Badiou vem a recusar categoricamente a noção filosófica de sujeito, deveremos, pois, explicar não só como ele se dispõe a reabilitá-la logo em seguida, mas também como ela se torna um operador teórico absolutamente fundamental em sua filosofia. Para tanto, fez-se inevitável restabelecer com o máximo apuro a influência que as ideias de Jacques Lacan exerceram sobre o percurso trilhado por Badiou nessa transição: aplicamo-nos, então, a compreender o que existe de singular no ensino do psicanalista francês que justifique a preeminência que as suas ideias adquiriram para a formulação de uma nova filosofia da parte de Badiou, tendo em consideração sobretudo o lugar de destaque que Lacan confere à noção de sujeito, a fornecer desse modo um contraste muito significativo com o lugar reduzido ou inexistente que lhe reservava a intelectualidade francesa das décadas de 1960 e 1970. Será possível entender assim não só como foi necessário a Badiou aproximar-se das ideias de Lacan para aprimorar as suas próprias, mas também como ele pôde ir além do psicanalista na apreciação filosófica de um novo sujeito.