Viés de gênero no ecossistema de startups brasileiro: estudo sobre os agentes investidores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Macedo, Gisela Santos de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12142/tde-10072024-105744/
Resumo: O viés de gênero no ecossistema de startups tem sido discutido cada vez com mais frequência, o que pode ser observado tanto em estudos nacionais como, principalmente, nos internacionais. Entretanto, estatísticas apontam que, como consequência, há um menor volume tanto de operações de investimento quanto no valor dessas direcionadas a startups lideradas por mulheres. Com isso, estudar como o investidor e a investidora analisam o viés de gênero em relação à liderança das startups brasileiras e propor um framework para mitigar tal viés foram os objetivos gerais deste estudo. Para tal, foi realizada uma pesquisa qualitativa, de natureza exploratória e descritiva. Foram coletados dados primários por meio de entrevistas em profundidade com 25 respondentes, empreendedoras, investidores e investidoras, tendo como instrumento um roteiro semiestruturado. As entrevistas foram gravadas, transcritas por meio de inteligência artificial e analisadas com a ajuda de um software específico. Assim, foi possível levantar diversos motivos pelos quais os investidores e as investidoras justificaram a falta de financiamento, dentre eles: falta de educação empreendedora, baixa autoestima, dificuldades tanto em fazer pitch quando em negociar com os investidores. Foi também possível identificar competências que as empreendedoras têm e ainda poderão desenvolver para aumentar o sucesso no levante de capital. Ademais, foram relatadas questões envolvendo assédio, tema que vem ganhando cada vez mais atenção tanto no ecossistema quanto em instituições em geral por exemplo, na própria Universidade de São Paulo (USP). Na prática, esta dissertação forneceu um framework com sugestões que podem ser trabalhadas a fim de mitigar o viés de gênero no ecossistema. Este framework foi customizado para empreendedoras, investidoras e investidores, além de instituições presentes em tal ambiente. Com isso, é possível que as mulheres, ao utilizarem tal ferramenta, tenham maior probabilidade de sucesso no levante de capital. Também é possível que investidores e investidoras diversifiquem seus portfólios com maior chance de retorno e que as instituições agreguem maior educação empreendedora, além de políticas anti-viés, não só de gênero, mas também de outros, dentre eles, o viés de credo, cor, raça, origem, educação, situação econômica etc. Vale destacar ainda que, em comparação com estudos internacionais, o Brasil ainda carece de pesquisas sobre esse tema, que precisam de apoio dado o impacto negativo na sociedade.