Estudo comparativo da morfologia dos nervos da linha lateral e ampolas de Lorenzini de Rhizoprionodon lalandii (Müller & Henle 1839) (tubarão-frango) e Prionace glauca (Linnaeus, 1758) (tubarão-azul) (Elasmobranchii: Carcharhinidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Poscai, Aline Nayara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10132/tde-21032017-155039/
Resumo: A classe Chondrichthyes é representada por animais de esqueleto cartilaginoso e calcificação prismática. Eles são divididos em duas subclasses, Elasmobranchii (tubarões e raias) e Holocephali (quimeras), que têm uma história evolutiva de mais de 400 milhões de anos. Devido à grande adaptabilidade destes animais em diferentes habitats, eles desenvolveram sofisticadas habilidades sensoriais, como os sistemas mecanorreceptor da linha lateral e eletrossensorial. A maior ordem de tubarões, a Carcharhiniformes tem a maioria dos representantes ocorrendo no Brasil. Entre eles, destacamos o tubarão-azul (Prionace glauca), pelágico oceânico, espécie de grande porte e cosmopolita, e um pequeno tubarão pelágico costeiro, o tubarão-frango (Rhizoprionodon lalandii), representantes dessa ordem com grande importância econômica pela sua pesca. Dada a diversidade morfológica e funcional dos sistemas sensoriais, em resposta a variações ecológicas e filogenéticas, o objetivo deste estudo foi descrever as estruturas morfológicas da linha lateral e das ampolas de Lorenzini, os dentículos dérmicos e os nervos associados à elas, em P. glauca e R. lalandii, utilizando documentação textual e fotográfica de estruturas macroscópicas, e métodos de microscopia, como microscopias de luz, eletrônica e imunofluorescência. Histologicamente, o neuromasto, principal unidade celular da linha lateral mostrou-se semelhante em ambas as espécies, e em P. glauca, esta célula foi encontrada desde o período intra-uterino. Em P. glauca, foi relatado um novo tipo de canal sensorial associado à linha lateral. A ampola de Lorenzini de R. lalandii revelou-se mais organizada do que em P. glauca, devido à quantidade e estruturação dos alvéolos. Os dentículos dérmicos de R. lalandii são mais especializados em várias regiões, particularmente as que envolvem os poros sensoriais. Em relação às características microscópicas dos nervos, eles se assemelham estruturalmente aos dos vertebrados superiores. Para a imunofluorescência, a colocalização foi realizada por tripla marcação dos núcleos dos nervos (DAPI), com receptor de membrana (P2X7), fibras inibidoras (NOS) e células gliais (GFAP), nos nervos da linha lateral e oftálmico superficial. Em ambas as espécies, a distribuição dos nervos foi uniforme. Em suma, as características estudadas em P. glauca são muito semelhantes às encontradas em R. lalandii, no entanto, devido ao hábito da vida oceânica, outras estratégias sensoriais seriam mais relevantes para a sua sobrevivência neste ambiente. As características microscópicas de R. lalandii demonstraram a relação adaptativa com a ecologia da espécie. Seu estilo de vida costeiro demonstrou maior especialização em certos sistemas sensoriais, contribuindo para melhor adaptação em determinados ambientes, uma vez que a morfologia e a organização dos sistemas sensoriais estão diretamente ligadas ao estilo de vida dos indivíduos.