De Sem-Terra a \"posseiro\", a luta pela terra e a construção do território camponês no espaço da reforma agrária: o caso dos assentados nas fazendas Retiro e Velha-GO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Marques, Marta Inez Medeiros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-07062023-110623/
Resumo: Este trabalho analisa a organização social e forma de espacialização dos trabalhadores assentados nos assentamentos de Reforma Agrária Retiro e Retiro Velho-GO, nas fases de luta pela terra e luta na terra. A pesquisa teve como objetivo refletir através da perspectiva geográfica sobre as seguintes questões: em que base se organiza a luta dos trabalhadores sem-terra e como estes reconstróem suas vidas no assentamento. O grupo estudado se organiza e inicia a luta pela terra num contexto regional marcado pela emergência de uma série de lutas envolvendo posseiros e sem-terra a partir do final dos anos 70 e pelo apoio decisivo prestado a estes trabalhadores pela Diocese de Goiás. A luta destes sem-terra é motivada por um projeto de vida camponês e vivida como um ritual de passagem. O espaço do acampamento é construído a partir da vivência de uma comunidade utópica mobilizada pela luta política. A abordagem da fase de luta na terra, que tem início com a criação do assentamento, visou apreender como eles constróem a sua relação com a terra neste novo espaço a partir da análise da forma como organizam sua produção, a unidade familiar e as relações comunitárias estabelecidas entre eles neste período. O que permitiu a identificação de um complexo processo de mudança social que caminha no sentido da recampesinização dos trabalhadores assentados e da construção de um território camponês na área dos assentamentos, entrando em conflito com os ideais de modernidade que orientam o Programa de Reforma Agrária do Estado Brasileiro. Neste processo, que envolve aspectos objetivos e subjetivos, o aprendizado político destes trabalhadores, realizado a partir da experiência de luta e de sua trajetória como assentado do INCRA, constitui o principal fator de inovação