Educação permanente na academia como estratégia de formação docente: perspectivas de docentes e preceptores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mielo, Márcio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-18072017-084819/
Resumo: A necessidade de formação docente para atuação no ensino superior se intensifica a partir da promulgação da LDB 9394/96 e das Diretrizes Curriculares Nacionais, sendo uma preocupação no cenário nacional e internacional. A presente investigação teve como objetivo analisar, a partir dos docentes e preceptores dos cursos de medicina e enfermagem da Famema, as perspectivas que têm em relação à Educação Permanente na Academia (EPA) como estratégia de formação docente no contexto do SUS. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de natureza descritiva, tipo estudo de caso, realizada em uma instituição de ensino superior no estado de São Paulo que oferta os cursos de medicina e enfermagem. Foi realizada entrevista semi-estruturada com 26 docentes e preceptores de diferentes formações da área da saúde. A análise dos dados foi fundamentada na análise de conteúdo proposta por Bardin (2011). Foram configuradas as seguintes categorias temáticas: EPA como espaço de formação docente; EPA enquanto processo grupal; EPA como instrumento de gestão e EPA e a integração ensino-serviço. Desenvolvida desde 2003, a EPA se configura como um potente espaço para formação docente em saúde a partir da reflexão da prática pedagógica desenvolvida junto aos estudantes. É desenvolvida por meio do grupo operativo no referencial de Pichon-Rivièri em sintonia com a metodologia da problematização proposta por Paulo Freire. Há resistências na participação de alguns docentes, o que é inerente do processo grupal. Os facilitadores do processo de EPA precisam se qualificar nos aspectos relacionados ao desenvolvimento grupal e ao currículo proposto. É um espaço institucionalizado reconhecido por muitos docentes, sendo a troca de experiências bastante valorizada, havendo, porém, a necessidade de apropriação de fundamentação teórica que possibilite saltos qualitativos consistentes para a formação docente em saúde. Conta com a participação de representantes do serviço que compõem os cenários de aprendizagem da atenção básica, fortalecendo a integração ensino-serviço, propiciando um espaço de formação coletiva. A gestão não explora suficientemente a EPA como ferramenta de gestão importante para mudanças necessárias na formação e nos serviços. Apreende-se a necessidade de, coletiva e institucionalmente, ser realizado permanente questionamento sobre o desenvolvimento da EPA, em termos de concepções e práticas, na direção do apoio efetivo às transformações do cuidado e de gestão em saúde, via processos formativos docentes problematizadores e compromissados socialmente