Teoria da mente, alexitimia e empatia no Transtorno de Conduta e no Transtorno do Espectro Autista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Alvarenga, Karoline Modesto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-11042024-161721/
Resumo: O estudo analisou três grupos (Transtorno do Espectro Autista, Transtorno de Conduta e Controle) quanto a variáveis como idade, sexo, perfil socioeconômico, empatia, Teoria da Mente e alexitimia com intuito de investigar a relação entre empatia, teoria da mente e alexitimia em adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno de Conduta (TC) e um grupo controle. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma alteração do neurodesenvolvimento em que o indivíduo possui dificuldade na interação interpessoal, rigidez às rotinas e prejuízo social. O Transtorno de Conduta (TC) é uma patologia externalizante em que há rompimento de regras e limites causando prejuízo a si e/ou a terceiros. Pode ser subdividido de acordo com o especificador emoções pró-sociais, sendo estas presentes ou limitadas. Foram avaliadas 60 adolescentes com idade entre 12 anos e 17 anos e 11 meses divididos em grupos da seguinte forma: 20 adolescentes no grupo Controle, 21 no grupo TEA e 19 no grupo TC. A amostra foi submetida à validação diagnóstica através de entrevista, que utilizou os critérios do DSM-5, e da entrevista estruturada M.I.N.I. (Mini International Neuropsychiatric Interview), com a intenção de selecionar pacientes sem comorbidades. A escala ATA (Autistic Traits Assessment) foi usada para rastreio de sintomas de autismo. Com intuito de evitar o viés de pacientes com deficiência intelectual, foi aplicado o instrumento Vineland-3, que verificou o comportamento adaptadivo. A classe socioeconômica foi determinada pela escala de Pelotas. Para avaliação dos conceitos estudados foram usados os seguintes instrumentos: TAS (Toronto Alexithymia Scale) para avaliação da Alexitimia; EEMPA-IJ (EEMPA-IJ) para quantificar a Empatia e Escala de Tarefas de Teoria da Mente de Wellman e Liu (Adaptada por Panciera) para averiguar capacidade de metarrepresentação. Foi empregada análise descritiva com parâmetros como tamanho amostral e desvio padrão, além de inferência estatística com o Teste Exato de Fisher. Variáveis numéricas foram avaliadas quanto à normalidade (p > 0.05) e, se não normal, aplicouse o teste de Kruskal-Wallis. Com até cinco categorias categóricas, diferenças foram analisadas por Testes de Wilcoxon com correção de Holm, utilizando o software R. O grupo de Transtorno de Conduta mostrou maior pontuação em empatia, especialmente em envolvimento emocional. Na Teoria da Mente, o grupo TC não diferiu do Controle, mas ambos superaram o grupo TEA. Indivíduos TC com emoções pró-sociais tendem a ter maior escore de empatia e alexitimia. Observou-se que o TEA está associado a déficits na teoria da mente, enquanto o TC não demonstra alterações nesse aspecto. O grupo TC exibe níveis mais elevados de alexitimia em comparação com o TEA e o grupo controle. Em relação à empatia, os resultados revelam um padrão inesperado, indicando que o grupo TC apresenta maior empatia do que o esperado com base na literatura existente. No entanto, a metodologia do estudo, baseada em autorrelato, levanta questões sobre a validade dos resultados, sugerindo a possibilidade de respostas mascaradas.