Alterações genômicas e transtornos neuropsiquiátricos em familiares de autistas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rosan, Dante Bruno Avanso [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181106
Resumo: O Transtorno do Espectro Autista (TEA), ou Autismo, corresponde a um grupo de afecções neuropsiquiátricas complexas, de etiologia heterogênea e desconhecida na maioria dos casos. A prevalência é muito alta na população em geral e os afetados são caracterizados por dificuldade de comunicação e socialização, além de manias e repetições. Familiares de autistas apresentam frequências significativamente maiores de alterações comportamentais vinculadas às características autísticas e este fenótipo mais amplo é conhecido como Broad Autism Phenotype (BAP). Há centenas de genes candidatos ao autismo ou regiões genômicas que apresentam alterações, que estão descritas não apenas em casuísticas de autistas, mas também de indivíduos com outros transtornos do comportamento, o que evidencia uma sobreposição etiológica entre tais afecções. Além disso, em uma mesma família, uma alteração genética pode estar presente em parentes assintomáticos, naqueles com BAP e naqueles com outros transtornos neuropsiquiátricos. Os estudos em familiares se limitam frequentemente à investigação de pais e irmãos. Este projeto objetivou investigar a presença de alterações genéticas previamente detectadas em autista,s em seus pais, irmãos e em outros familiares com transtornos neuropsiquiátricos, além da presença do BAP e de outros transtornos neuropsiquiátricos nas genealogias dos autistas. A presença e os aspectos relacionados ao BAP em pais de autistas também foram estudados e comparados com um grupo composto de pais de indivíduos com deficiência intelectual idiopática, sem autismo, e com um grupo de pais de indivíduos sem queixas de transtornos neurocomportamentais. As alterações moleculares previamente detectadas em indivíduos com TEA foram investigadas em seus familiares com a utilização de diferentes metodologias já implantadas nos laboratórios participantes deste estudo. O BAP foi investigado com a utilização do BAPQ (Broad Autism Phenotype Questionnaire), por meio de entrevistas previamente agendadas. 18 (36%) familiares de autistas apresentaram a mesma alteração genética encontrada no caso índice, sendo que oito (50%) deles também tinham BAP positivo. BAP foi observado nos três grupos de pais investigados, com frequência significativamente maior nos pais de autistas, que também apresentaram maiores escores para personalidade rígida do que os pais dos outros grupos. Nossos achados estão de acordo com os da literatura e acrescentam que algumas alterações genômicas podem predispor não apenas ao autismo como à esquizofrenia, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e BAP, além do fato de que BAP também é observado em pais de indivíduos com deficiência intelectual. É importante avaliar a presença de BAP em pais de autistas e de outros indivíduos com afecções do neurodesenvolvimento, como a deficiência intelectual, pois os resultados podem direcionar a orientação de riscos e o Aconselhamento Genético das famílias.