Avaliação de danos e controle químico da broca do café Hypothenemus hampei (Ferrari, 1867) (Coleoptera-Scolytidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1978
Autor(a) principal: Yokoyama, Massaru
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20220208-054245/
Resumo: Diversos são os fatores que afetam a produção do cafeeiro, dentre eles destaca-se a broca do café Hypothenemus hampei (Ferrari, 1867) (Coleoptera - Scolytidae), pelos danos diretos causados aos grãos. Em vista disso foi elaborado o presente trabalho, que teve por objetivos avaliar os danos causados pela broca durante o desenvolvimento dos frutos até a colheita; sugerir novos métodos para avaliação de sua população no campo; verificar o efeito de alguns piretróides sintéticos sobre esta praga; observar o efeito de inseticidas sistêmicos granulados sobre a broca, quando aplicados no solo e pesquisar o mecanismo de ação do endosulfan, considerado o produto mais eficiente no controle desse inseto. Para a avaliação dos danos causados pela broca, foram tomados diversos ramos de cafeeiros com frutos broqueados e sadios. Os frutos broqueados nos diversos períodos receberam marcações diferentes para permitir o estabelecimento dos danos durante toda a época de desenvolvimento dos frutos, que durou 14 semanas. Os cálculos efetuados mostram uma queda de 55,63%, sendo que 45,81% estavam broqueados e 9,82% sadios. Parece não ter havido influência significativa das chuvas e dos ventos na queda dos frutos. Um levantamento de campo foi realizado amostrando-se todas as plantas, num total de 400 plantas e sobre elas foram confeccionados 8 tipos de amostragens. Os valores obtidos foram comparados entre si para definir o modelo ideal a ser adotado. Foram selecionados aqueles cujos resultados mais se aproximaram do levantamento total do campo. Para verificar o efeito dos piretróides sintéticos, um ensaio de campo foi instalado obedecendo-se ao delineamento estatístico em blocos ao acaso, utilizando-se os seguintes produtos: permethrin 38,4% a 50g e 100g de i.a./1000 pés; fenvalerate 30% a 240g e 480g de i.a./1000 pés; cypermethrin 40% a 240g e 480g de i.a./1000 pés e endosulfan a 700g de i.a./1000 pés. Os resultados visando a ação curativa e protetiva mostraram que tais substâncias são bem inferiores ao inseticida endosulfan. Para avaliar o efeito dos inseticidas sistêmicos granulados, quando aplicado no solo sobre adultos da broca, outro ensaio foi instalado no campo, adotando-se o mesmo delineamento estatístico anterior, com os seguintes inseticidas: carbofuran 5G a 0,4g de i.a./idade; aldicarb 10G a 0,4g e 1,2g de i.a./idade; mephosfolan 10G a 1,0g e 1,2 g de i.a./idade; phorate 10G a 1,0g e 1,2g de i.a./idade; dimethoate 5G a 0,25g de i.a./idade; oxamyl 10G a 0,4g de i.a./idade. Nos frutos em desenvolvimento procurou-se avaliar o efeito protetivo com 7, 15, 21, 30, 45 e 60 dias de aplicação; nos frutos desenvolvidos avaliou-se a ação protetiva e curativa com 7, 15, 30 e 60 dias de aplicação. Todos os inseticidas testados mostraram-se ineficientes no controle da broca. Para o estudo do mecanismo de ação do endosulfan diversos ensaios foram instalados em condições de campo e laboratório. Para a ação residual, os frutos foram pulverizados no campo, periodicamente colhidos e conduzidos ao laboratório onde recebiam as infestações. Através desse processo constatou-se que a ação residual é de 3 semanas. Para estudar o efeito fumigante desse inseticida e do BHC, igualmente empregados pelos lavradores no controle da broca, instalou-se um ensaio em laboratório simulando as condições de campo. Verificou-se que a ação fumigante do endosulfan e mais eficiente do que a do BHC, devido ao maior número de galerias abandonadas nos frutos, no tratamento com aquele inseticida. Além desses testes, outros foram instalados, procurando observar a ação de contato direto e indireto do endosulfan e concluiu-se que o endosulfan realmente um eficiente produto no controle da broca, devido aos diferentes modos de ação que somados, resultam em porcentagem elevada de mortalidade da broca, mesmo no campo.