A parentalidade em famílias homossexuais com filhos: um estudo fenomenológico da vivência de gays e lésbicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Santos, Claudiene
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-18042005-081841/
Resumo: Atualmente, presenciamos múltiplos tipos de família, como: famílias nucleares, monoparentais, reconstituídas, com filhos biológicos e/ou adotivos, dentre as quais encontramos famílias homossexuais. Há uma escassez de trabalhos sobre essas famílias e percebe-se a forte presença de preconceito e discriminação nos mais diversos segmentos e contextos sociais, em especial, no que diz respeito às questões homossexuais e de gênero e de como isso influenciaria na educação das crianças. Esse estudo visa compreender como homossexuais entre 20 e 55 anos, vivenciam a paternidade, a maternidade e/ou parentalidade e que significados lhe atribuem. A fenomenologia ancorada à filosofia do diálogo de Buber foi o referencial teórico-metodológico adotado nesta pesquisa para alcançarmos o objetivo proposto. Foram entrevistados seis homens e nove mulheres homossexuais com filho(a)(s) biológicos e/ou adotivos que formaram famílias monoparentais, adotivas, reconstituídas ou nucleares. Os resultados apontam um maior preparo psíquico e socioeconômico para a chegada de uma criança, em especial quando o desejo de ter filhos ocorre após a tomada de consciência da homossexualidade e/ou formação do vínculo conjugal homossexual. As funções parentais são exercidas pelos(a)s colaboradore(a)s os com nuances da relação intersubjetiva EU-TU. Foram relatadas situações de preconceito quanto ao exercício da parentalidade e/ou à expressão da homossexualidade, nas famílias de origem, no trabalho e entre os amigos, os quais puderam ser diminuídos por intermédio da convivência e conhecimento das situações vivenciadas. Alguns do(as)s colaboredore(a)s deixaram entrever uma homofobia internalizada, principalmente em relação à sua própria homossexualidade, que os aproxima das palavras princípio EU-ISSO. O modelo heterocêntrico de família é recorrente nos discursos assim como a falta de referenciais de famílias homossexuais.