Análise clínica e molecular de fatores relacionados ao óbito de pacientes com carcinoma diferenciado da glândula tireoide

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Leite, Ana Kober Nogueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5152/tde-11022020-115537/
Resumo: INTRODUÇÃO: O carcinoma diferenciado de tireoide (CDT) e de comportamento indolente e mortalidade menor do que 5% em 10 anos, com propostas cada vez menos agressivas de tratamento. No entanto, fatores confiáveis para diferenciar pacientes com pior prognostico e maior risco de mortalidade são pouco conhecidos e as análises moleculares possuem grande potencial nesse âmbito. Recentemente, relatos sugerem maior agressividade em casos de associações das mutações BRAF, RAS e TERT. MÉTODOS: Estudo retrospectivo com analise de prontuários dos pacientes com CDT (carcinoma papilífero e folicular) tratados no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo entre 2009 e 2015. Inicialmente, foram selecionados pacientes metastáticos para o pulmão para análise de fatores relacionados a mortalidade seguida da avaliação descritiva de pacientes que morreram por CDT. Entre os pacientes que morreram por CDT, foi realizada analise dos genes BRAF, RAS e TERT a partir de material parafinado. RESULTADOS: Foram identificados 54 pacientes com metástases pulmonares de CDT. Os fatores de risco independentes relacionados ao óbito nesses pacientes foram o sexo masculino (HR=4,2, p=0,042), idade acima de 45 anos (HR=10,9; p=0,038) e a desdiferenciação tumoral (HR=31,6; p < 0,001). Entre os 33 pacientes que morreram por CDT (22 carcinomas papilíferos e 10 carcinomas foliculares), 94% tinham acima de 45 anos, 63,6% eram do sexo feminino e a maioria tinham tumores avançados (76,8% T3 e T4, 7,7% T2 e 15,4% T1). Todos exceto um paciente tinham metástase a distância e a principal causa de morte foi a progressão de doença metastática pulmonar (51,5%). A maioria dos pacientes morreu da progressão de doença metastática ou complicações diretamente relacionadas ao seu tratamento (85,3%). O tempo médio entre o diagnóstico e a morte foi de 71,4 meses e a mediana de sobrevivência entre a progressão de doença e a morte foi de 22 meses. Foram analisadas 15 amostras de tumores primários parafinados, sendo dez carcinomas papilíferos, um carcinoma diferenciado sem origem especifica e quatro carcinomas foliculares. Três casos de carcinoma papilífero apresentaram mutação do BRAF, nenhum caso de carcinoma folicular apresentou mutação RAS e três de dez apresentaram mutação do TERT (2 carcinomas papilíferos e 1 folicular). Apenas um caso teve a associação BRAF e TERT mutados. CONCLUSOES: Entre os pacientes com metástases pulmonares atenção especial deve ser dada aos casos do sexo masculino, idade acima de 45 e que apresentam desdiferenciação tumoral na evolução pelo maior risco de morte. A principal causa de morte entre os pacientes com CDT e relacionada as metástases a distância, principalmente pulmonares. A partir do momento em que está definida a progressão de doença, a evolução para o óbito e rápida, com mediana de sobrevivência de apenas 22 meses. A prevalência relativamente alta de TERT mutado nessa amostra está de acordo com dados da literatura e favorece a ideia de que essa mutação esta potencialmente associada a maior agressividade do CDT