Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Guidolin, Kamille |
Orientador(a): |
Maia, Ana Luiza Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/276786
|
Resumo: |
O carcinoma diferenciado de tireoide (CDT) geralmente segue um curso indolente, mas o diagnóstico de metástases à distância representa uma virada crítica na trajetória do paciente, influenciando as estratégias terapêuticas e o prognóstico geral. O objetivo do presente estudo foi avaliar as características clínicas e tumorais de pacientes com metástases à distância por CDT. Exploramos os fatores de risco para refratariedade ao radioiodo (RAI), progressão e sobrevida, a partir da revisão de uma coorte de pacientes com CDT, em dois centros de referência no Sul do Brasil. Foram incluídos pacientes com idade ≥18 anos no momento do diagnóstico de CDT, com metástases à distância identificadas na avaliação inicial ou durante o seguimento. Dos 1.872 pacientes com CDT, foram incluídos 154 (69,5% mulheres), com idade média ao diagnóstico de 55,9 ±15 anos. O tempo médio de seguimento foi de 85,5 meses. Oitenta e oito pacientes (57,1%) apresentavam câncer papilar, 39 (25,3%) câncer folicular, 22 (14,3%) carcinoma oncocítico (CO) e 5 (3,2%) câncer pouco diferenciado de tireoide. Destes, 83 (53,9%) apresentavam metástases pulmonares, 14 (9,1%) metástases ósseas, 46 (29,9%) metástases pulmonares e ósseas e 11 (7,1%) em outros locais. Todos os pacientes foram submetidos à tireoidectomia total, exceto três (1,9%) considerados inoperáveis. A radioiodoterapia foi utilizada em 143 pacientes (92,9%), com dose total mediana de 300 mCi. Oitenta e sete casos (61,3%) foram classificados como CDT refratário ao radioiodo (RR), 53 (60,9%) identificados por não captação de RAI. Idade ao diagnóstico ≥ 55 anos, invasão extratireoidiana, histologia agressiva incluindo CO, estadiamento TNM8 III/IV, metástases pulmonares e ósseas e grande volume de doença metastática foram fatores de risco para CDT-RR. Esses fatores de risco também foram associados à progressão, desfecho em 57,1% dos pacientes. O prognóstico foi pior em pacientes com metástases refratária ao radioiodo, com uma taxa de sobrevida em 10 anos de 71,1% em pacientes com doença iodorrefratária e 83,3% em pacientes com doença iodossensível. Notavelmente, os pacientes com metástases à distância identificadas durante o seguimento (32,5%) foram mais classificados como CDT-RR e com progressão estrutural, sendo um fator prognóstico independente para progressão. A taxa de sobrevida em 10 anos foi de 97,1% em pacientes que não tiveram progressão e de 59,4% em pacientes com progressão da doença metastática. O presente estudo contribui para ampliar o conhecimento sobre a evolução clínica de pacientes com CDT metastático, destacando a importância de detectar precocemente o envolvimento metastático, especialmente em pacientes com alto risco de refratariedade à radioiodo e progressão. |