A expressão do inefável: duração, espaço e o problema da liberdade no Ensaio sobre os dados imediatos da consciência de Bergson

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Minkovicius, Dani Barki
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-18042022-191208/
Resumo: Este trabalho se propôs a estudar com profundidade aquilo que se chamou de o começo do bergsonismo, compreendendo, por tal nomeação, tanto o primeiro esforço filosófico empreendido por Bergson, e exposto especialmente em sua obra Ensaio sobre os dados imediatos da consciência, quanto também, e como constitutivo desse esforço, o significado do fazer filosófico bergsoniano. Ou seja, pretendeu-se investigar o próprio sentido do bergsonismo, em sua inauguração e, então, em sua coerência geral enquanto uma filosofia; isto é, em sua singularidade como intuição filosófica, aliás convergindose àquilo que seria a intuição filosófica profunda da \"Filosofia\". Nesse sentido, antes de se mergulhar, de fato, no estudo minucioso do Ensaio, assumiu-se imperativo descobrir qual seria o correto significado da atitude filosófica, segundo Bergson, no que, assim, implicou o desenvolvimento do que seria a filosofia e, no mais, o que seria a \"intuição filosófica\". É desse modo que o movimento realizado se aprofundou, primeiramente, do preciso método filosófico, em seu imprescindível amálgama com a própria meditação, à sua boa colocação enquanto \"expressão da duração\". Esse primordial mergulho revelou, enfim e desde já, o que - em toda a sua complexidade - se seguiria; não como antecipação, mas como necessário e irredutível devir, de tal modo que se foi levado a, agora efetivamente, (re)começar o estudo adentrando de fato no esforço filosófico específico que configurou o começo do bergsonismo. Assim, o trabalho seguiu o próprio filósofo para, junto a ele, realizar sua filosofia descrita no Ensaio. Entretanto, a partir do que se descobriu sobre o método intuitivo (aquele genuinamente preciso à filosofia), viu-se a complexidade e a amplitude de proceder tal tarefa abrangendo aquilo que se detalhou como um movimento \"a um só tempo positivo e crítico\", significando a exigência do estudo puro positivo do real profundo e o estudo crítico-negativo do pensamento intelectual e pragmático, do senso comum, das ciências e da tradição filosófica - o que fez do estudo do Ensaio um mergulho imediato nos sentidos depurados da realidade como também um estudo prolongado dos saberes e das experiências que, em seu sentido superficial, não deixam de constituir a existência em sua pluralidade complexa e profunda. De modo explícito, isso quer dizer que o trabalho que se seguiu contou com os comentários atentos à letra do texto e ao que o institui também, enveredando para, particularmente, experiências empíricas ligadas às esferas afetivas e estéticas, experiências científicas voltadas à psicologia e, ainda mais especificamente, à psicofísica, e experiências filosóficas das mais relevantes à época, com o destaque à filosofia de Kant, mas, também, à de Aristóteles, dentre outros. Enfim, foi assim que o trabalho se desenvolveu, abarcando níveis distintos para, afinal, desvelar os distintos níveis do real, revelando, finalmente, o próprio real, naquilo que profundamente ele significa nas e pelas existências da duração, do espaço e da relação entre ambos, ensejando diferentes ritmos de uma mesma realidade profunda; abrindo o sentido da diferenciação e da imanência, das diversas experiências e da convergência de todas, da significação profunda da \"expressão\" e da vivência, ou não, da liberdade.