As expressões idiomáticas do português do Brasil e do espanhol da Argentina: recurso complementar para a construção de uma argumentação irônica, implicações e usos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Andrade, Joyce Villela de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-04042012-154445/
Resumo: As expressões idiomáticas (EIs), com suas características peculiares, são utilizadas com certa frequência como recurso para a construção da argumentação irônica em textos opinativos. Este trabalho pretendeu analisar, com base nos estudos discursivos, as consequências de seu emprego. Nosso primeiro passo foi diferenciá-las de outros conceitos como os provérbios, ditos populares, frases feitas. Consideramos três como as principais características identificadoras de uma EI: combinabilidade de no mínimo duas palavras, idiomaticidade e inserção dentro de uma memória da língua e discursiva. Num segundo momento investigamos as características presentes nos textos opinativos de jornais, como a Folha de São Paulo e o Clarín de Buenos Aires, para que se pudesse justificar a presença das EIs. Tal investigação nos levou a associar a sua presença ao surgimento da ironia. Características como a mudança de registro, a necessidade de inscrever-se dentro de uma memória discursiva que possa ser compartilhada entre enunciador e enunciatário são as mais evidentes. As EIs, ao serem incorporadas a um discurso, podem sofrer algumas modificações que as relacionam à enunciação, como por exemplo, inserções de palavras ou substituições de outras. São reformulações que se apresentam a fim de melhor contribuírem para a construção de uma argumentação irônica que exigem do enunciador e enunciatário uma capacidade discursiva essencial para que possam atingir sua plenitude semântica. A observação das EIs, nos levou, também, a questionar o modo peculiar como a sua reformulação se apresenta. Concluímos que elas estão muito além de lugares comuns; podem, com seu jogo entre transparente/idiomático, coloquial/institucional, exercer um papel significativo para que se possa instaurar a ironia, revelando-se como importantes elementos participantes da memória de uma língua.