Interpretações do realismo na obra de Machado de Assis: realidade, política e crítica nos regimes autoritários brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ferreira, Gabriela Manduca
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-02082017-110121/
Resumo: Machado de Assis, homem do século 19, ainda se faz presente de modo praticamente consensual como o grande escritor nacional. Mesmo levando em conta a real qualidade literária do escritor, sua alçada ao cânone não é, contudo, natural. Pelo contrário, é resultado de construção social, histórica, cultural e política. O presente estudo localiza o processo de consagração de Machado de Assis em dois momentos decisivos da formação sócio-histórica brasileira: os regimes autoritários praticados durante o Estado Novo (1937-1945) e a ditadura civil-militar (1964-1985). A pesquisa indica não ser casual que, justamente durante regimes autoritários, a vida, a obra e a crítica do escritor tenham sido fortemente mobilizadas para construir a imagem de Machado de Assis, cristalizada e reproduzida, enfrentada e desconstruída. Além disso, e ao mesmo tempo, houve, nesses períodos, por parte da crítica literária, o desenvolvimento de importantes interpretações do realismo na obra de Machado de Assis que, embora diversas e algumas vezes divergentes, centraram-se na apreensão dos vínculos do escritor e sua obra com a realidade social. Por isso, este estudo tem como objetivo investigar as interpretações do realismo na obra machadiana construídas por críticos literários dos anos 1930 (Augusto Meyer, Astrojildo Pereira, Eugênio Gomes e Lúcia Miguel Pereira) e dos anos 1970 (Alfredo Bosi, Carlos Nelson Coutinho, Jean Michel-Massa, Luiz Costa Lima, Raymundo Faoro e Roberto Schwarz), articulando-as às mobilizações emanadas do Estado para consagração de Machado de Assis e à realidade política dos regimes autoritários brasileiros.