Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Conti, Lígia Nassif |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-16062015-130318/
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Resumo: |
As reflexões que orientam este trabalho têm como ponto de partida o discurso em torno da defesa de uma particularidade para o samba na cidade de São Paulo em comparação ao samba do Rio de Janeiro. Em uma série de depoimentos e entrevistas, nota-se que um grupo de sambistas de São Paulo, especialmente a partir da década de 1970, argumenta em favor de que o samba paulista é diferente do samba carioca (ou o teria sido até cerca de meados do século) em razão de sua origem diversa. Segundo essa narrativa, o samba de São Paulo seria originário dos batuques que acompanhavam os festejos religiosos acontecidos no interior do Estado. A proposta principal desta pesquisa é investigar as bases que fundamentam essa narrativa em torno do samba paulista, bem como identificar os elementos que constituiriam a suposta particularidade regional do gênero, buscando para isso letras de sambas e depoimentos de sambistas e outros entusiastas do samba de São Paulo. Além disso, faz-se pertinente analisar alguns sambas compostos pelos sambistas que defendem essa peculiaridade regional e verificar se há referências musicais, e em que medida, aos elementos apontados como característicos do samba interiorano. Desse modo, intenta-se compreender a construção da narrativa em torno do samba paulista não apenas no que se refere ao discurso verbal, mas também ao discurso musical que o acompanha e reforça. Elucidar essa trama discursiva envolve ainda compreender as razões pelas quais se empenham os sambistas em construir para o samba paulista uma história peculiar. Nesse sentido, cabe apontar que a memória oficial da cidade do trabalho não reserva espaço para o samba, estando mais empenhada em construir uma imagem voltada ao cosmopolitismo e menos preocupada em referenciar símbolos da mestiça brasilidade com a qual o samba está associado. Além de não encontrar espaço na narrativa histórica da cidade, o samba também gradativamente se ausenta dos espaços outrora informalmente ocupados nas ruas, largos e avenidas nas décadas iniciais do século. A narrativa do samba na cidade do progresso busca, destarte, legitimar e consagrar uma memória para o gênero na cidade desastrosamente consagrada pelo repetido epíteto de túmulo do samba. |