Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Zuanetti, Patrícia Aparecida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-19012016-094005/
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Resumo: |
Introdução: O aumento dos índices de obesidade infantil nas últimas décadas vem merecendo atenção crescente como problema de saúde pública, devido ao impacto que causa na vida das crianças pelas diversas alterações metabólicas e outras patologias, além de trazer consequências sociais, econômicas e psicológicas. Estudos visando a relação obesidade infantil e cognição tiveram início, no entanto, somente nos últimos anos. Objetivo: Investigar a linguagem escrita e as diferentes habilidades cognitivas envolvidas no seu processamento em crianças que foram diagnosticadas com obesidade desde a primeira infância. Material e Métodos: 41 crianças (média de idade: 9,6 anos) participaram desse estudo. Foram divididas em grupos conforme estado nutricional: G1 (n=14) crianças com diagnóstico atual de obesidade e histórico de sobrepeso/obesidade desde antes dos três anos e G2 (n=27) crianças eutróficas (pareadas segundo a idade e tipo de escola). Foram analisados dados do histórico médico e nível de atividade física e realizada a avaliação audiológica (pesquisas dos limiares entre 250Hz e 16000Hz) nos dois grupos. Em seguida foram submetidos à avaliação da leitura de palavras e pseudopalavras, a testes de aritmética, escrita sob ditado, consciência fonológica, nomeação automática rápida, memória de trabalho fonológica, memória de trabalho visuoespacial, atenção (teste por cancelamento) e flexibilidade cognitiva (teste de trilhas). Para a análise estatística utilizou-se o teste de Igualdade de Proporções, o teste Manny-Whitney e Manova Não-Paramétrica = 0,05. Resultados: Os grupos eram homogêneos na proporção de histórico de intercorrências pré e peri natais e histórico de convulsões/otites/anemia e apresentaram igualmente baixo nível de atividade física. Não foram observadas diferenças nos testes de desempenho escolar nas tarefas de leitura/escrita/aritmética, porém, os resultados do teste de avaliação do uso de rotas de leitura, indicou dificuldade de G1 em alternar as rotas fonológicas e lexicais demonstrando dificuldade em flexibilidade cognitiva. Essa dificuldade foi confirmada pelos resultados de desempenho do teste de trilhas e de atenção alternada, apesar de manterem bom desempenho em testes de atenção pura. Não foram encontradas diferenças entre os grupos nas tarefas de nomeação automática rápida e memória de trabalho visuoespacial. Quanto à memória de trabalho fonológica, o G1 apresentou melhor desempenho assim como em tarefas de consciência fonológica que mais se utilizam deste tipo de memória. A avaliação auditiva indicou limiares auditivos dentro do padrão de normalidade nos dois grupos, porém o G1 apresentou limiares auditivos significativamente mais elevados nas frequências mais graves (250hz a 4000hz). Conclusão: O presente estudo demonstrou que a condição de obesidade leva a alterações no desempenho cognitivo em crianças com efeitos positivos sobre a memória de trabalho fonológica e algumas tarefas de consciência fonológica, e efeitos negativos em outras como a flexibilidade cognitiva e atenção alternada que interferiram no processamento da linguagem escrita na habilidade para alternar rotas de leitura. O desempenho escolar em geral, dos grupos foi semelhante, já outros recursos cognitivos que auxiliam em sua aprendizagem podem ter sido requeridos. |