Implicações da memória operacional no aproveitamento da estimulação acústica com próteses auditivas e na qualidade de vida de idosos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Baruzzi, Maria Beatriz [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/65265
Resumo: Diante do aumento da expectativa de vida, o envelhecimento ativo é o paradigma atual, em especial em países em desenvolvimento, onde se verificam alta prevalência de doenças crônicas e níveis socioeconômicos e educacionais mais baixos. A perda auditiva pode afetar a funcionalidade, a interação social e a qualidade de vida de idosos. Objetivo: verificar a correlação entre a memória operacional e as variáveis demográficas, bem como as implicações dessa correlação no aproveitamento da estimulação acústica com próteses auditivas e na qualidade de vida de idosos. Métodos: estudo retrospectivo longitudinal, composto por 48 participantes (52,1% do sexo feminino) entre 60 e 94 anos de idade, com escolaridade variando de zero a 19 anos (média ± DP: 7,8 ± 5,2), sem sintomas de demência (CASI-S ≥ 23 pontos; média ± DP: 29,2 ± 2,5) e com perda auditiva relacionada ao envelhecimento (grau leve a moderado). Coletaram-se dados referentes à escala de depressão geriátrica (EDG), testes de memória operacional (MO), gaps-in-noise test (GIN), teste de lista de sentenças em português (LSP) e questionário de qualidade de vida (SF-36) aplicados antes e após quatro meses do uso efetivo de próteses auditivas (dispensação gratuita). Ao término desse período, incluíram-se o registro do tempo médio de uso diário (DL) das próteses auditivas e os resultados do questionário autoavaliação (QI-AASI). A análise estatística envolveu medidas repetidas do mesmo indivíduo e se fixou o nível de significância de 0,05 para cada teste de hipótese. Resultados: houve maior concentração na classe socioeconômica C2 (41,7%) (ABEP), tendo essa variável correlação positiva com a escolaridade e os testes de MO. Melhores resultados no GIN estiveram relacionados a idades mais baixas, mais tempo de escolaridade, classe socioeconômica mais alta e a escores superiores nos testes de MO. Houve melhora significativa nas médias das pontuações no GIN e na LSP com o uso da amplificação sonora. Após quatro meses de intervenção auditiva, houve redução dos sintomas depressivos, mas sem diferença significativa no SF-36. O DL (7 a 15 horas/dia) e o QI-AASI (31,9±2,3) apresentaram bons resultados, e observou-se correlação negativa entre o DL, a escolaridade e a pontuação no digit span-D, e entre o QI-AASI, a escolaridade, o ABEP e a pontuação no running span. Conclusões: foi evidenciada correlação positiva entre as variáveis: escolaridade, ABEP, resolução temporal auditiva e MO. O uso da amplificação sonora esteve associado à redução dos sintomas depressivos e a melhores resultados na resolução temporal e no reconhecimento de sentenças no ruído, porém não houve impacto significativo na qualidade de vida. O uso e o benefício das próteses auditivas apresentaram correlação negativa com a escolaridade e não apresentaram correlação estreita com a maioria dos testes de MO.