Fim do ethos antigo e ocaso das ilusões: Giacomo Leopardi e a modernidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Teixeira, Fábio Rocha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-16082013-103851/
Resumo: Esta Tese tem como tema a problemática do fim do antigo ethos e o ocaso das ilusões no mundo moderno com base na reflexão de Giacomo Leopardi (1798-1837) sobre os seus efeitos nefastos. Tal reflexão considera também a problemática da barbárie moderna e pressupõe, igualmente, as formas anteriores da barbárie: a primitiva e a medieval. Na presente investigação não se retorna à questão da ideia de uma filosofia leopardiana ou de uma proposta de sistema no seu interior, pois não se trata, quer da antiga querela de um Leopardi poeta ou filósofo quer de uma exposição pormenorizada acerca de uma filosofia em Leopardi. Nesta investigação adotam-se as seguintes hipóteses interpretativas: i) o Discorso sopra lo stato presente dei costumi deglitaliani, escrito em 1824, contribui para uma compreensão da análise leopardiana acerca do processo de modernização europeia; ii) o Discorso pressupõe uma nova mudança no desenvolvimento da obra leopardiana, da nova crise ocorrida no seu pensamento em 1824, seguida da nova concepção de natureza, não mais aquela amorosa, mas uma natura matrigna, responsável por todos os males e a infelicidade humana; iii) Leopardi aborda elementos fundamentais das mudanças ocorridas no ethos após o processo de modernização europeu com base em um diagnóstico da situação econômica, social, cultural e política italiana; iv) no seu diagnóstico sobre a modernização, ele indica um novo princípio de conservação da vida civil; v) a experiência da modernização, por causa da nova forma de racionalidade e de espiritualização das coisas e do homem, põe em risco a vitalidade humana e conduz a uma nova barbárie: barbárie da sociedade. Ao investigar a experiência filosófica italiana dos séculos XVIII e XIX, Leopardi destaca os rumos tomados pela racionalidade e os riscos identificados por ele de uma barbárie dos novos tempos. Ele denomina o século XIX como século de morte em virtude do desaparecimento da dimensão poética e das ilusões, tão necessárias à conservação da existência humana. Trata-se de uma critica aos novos fenômenos de banalização da vida no mundo moderno e de suas degenerescências: ruína das ilusões, vacuidade dos valores e risco da barbárie da sociedade.