Validação de teste imunoenzimático (ELISA) empregando antígeno recombinante Lb6H para o diagnóstico sorológico da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Valencia Portillo, Ruth Tamara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5179/tde-24042024-141952/
Resumo: O diagnóstico da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma questão em aberto em nosso meio, sendo premente a busca de uma solução. Exames laboratoriais são importantes no diagnóstico de LTA, pois as manifestações clínicas, embora muitas vezes sugestivas, não são patognomônicas, havendo necessidade de dados complementares indicativos da etiologia. Entre os exames laboratoriais disponíveis, até o momento, nenhum parece ter sensibilidade compatíveis para utilização na rotina diagnóstica. Os testes voltados ao encontro de parasitos em amostras provenientes de lesão são considerados teste padrão, mas a sensibilidade não é alta e os testes moleculares voltados à detecção de DNA de Leishmania carecem ainda de padronização entre os vários laboratórios. Neste cenário, surge a opção de exames laboratoriais indiretos que detectam a presença de resposta imune à Leishmania, exame sorológico ou teste de hipersensibilidade tardia. Entretanto, devido à baixa produção de anticorpos anti-Leishmania, os testes sorológicos têm sido pouco utilizados no diagnóstico da LTA. Por outro lado, a resposta imune celular é bem patente e é detectada por teste de Montenegro (hipersensibilidade tardia) e por isso utilizado na rotina clínica. No entanto, este não é mais realizado por descontinuidade na produção do antígeno, trazendo problemas ao diagnóstico de LTA. Visando à utilização no diagnóstico da LTA, foi validado teste sorológico, no formato ELISA, para pesquisa de anticorpos anti-IgG, utilizando três lotes do antígeno recombinante Lb6H, derivado da sequência de Leishmania (Viannia) braziliensis, com uma casuística de 1.091 amostras, distribuídas em quatro painéis. No painel de referência (painel 1), composto por 70 amostras de pacientes com as formas cutânea e mucosa e 70 controles sadios, o teste apresentou sensibilidade de 100,0% (IC95%: 94,8-100,0), 95,7% (IC95%: 88,1-98,8) e 98,6% (IC95%: 92,3-99,9) e especificidade de 100,0% (IC95%: 94,8-100,0), 97,1% (IC95%: 90,2-99,5) e 100,0% (IC95%: 94,8-100,0), respectivamente para os lotes A, B e C. O ensaio mostrou-se reprodutível, com coeficiente de variação das amostras positivas 12,73 na repetibilidade, 28,86 na reprodutibilidade e 9,05 na homogeneidade. Na avaliação da estabilidade do antígeno na placa com o tempo, as placas sensibilizadas com o antígeno recombinante mostraram-se estáveis a -20oC e 4oC, por 180 dias e o estudo da estabilidade acelerada (37oC) indicou validade de 12 meses, sem perda de reatividade. Em amostras de pacientes com LTA, provenientes de cinco centros de pesquisa e/ou assistência (painel 2), o teste padronizado apresentou sensibilidade de 79,1% (IC95%: 74,8-82,9), 79,9% (IC95%: 75,6-83,6) e 84,0% (IC95%: 80,0-87,3), respectivamente para os lotes A, B e C. Em amostras de controles sadios, provenientes de quatro áreas com diferentes endemicidades (painel 3), obteve-se especificidade de 75,6% (IC95%: 71,0-80,0); 73,7% (IC95%: 69,0-78,0) e 92,4% (IC95%: 89,2-94,7), respectivamente para os lotes A, B e C. No estudo da reatividade cruzada (painel 4), resultados positivos foram obtidos em 14,5% (IC95%: 9,8-20,7) das amostras de outras doenças com o lote A e 13,9% (IC95%: 9,3-20,0) com os lotes B e C. Com base no bom desempenho diagnóstico e nas características de reprodutibilidade e estabilidade do antígeno, sugere-se a utilização de rLb6H no diagnóstico da LTA