Aconselhamento em DST/aids: uma análise crítica de sua origem histórica e conceitual e de sua fundamentação teórica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Pupo, Ligia Rivero
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-24102007-093517/
Resumo: Apesar do aconselhamento no campo das DST/aids ser considerado, em diferentes regiões do mundo, como uma das principais estratégias para prevenção primária, secundária e terciária, implantada nos serviços da rede de atendimento às DST/aids e em serviços da rede básica de saúde, tanto estudos nacionais como internacionais mostram que esta prática ainda concentra uma dose significativa de fragilidades e problemas.Estes estão relacionados principalmente à falta de uma reflexão e clareza sobre a definição, conceituação, estrutura e forma de atuação do aconselhamento, bem como sobre seus limites e possibilidades. Este estudo se propôs a resgatar as origens históricas e conceituais do aconselhamento em DST/aids, e identificar e analisar criticamente a principal concepção teórica indicada como fundamento dos materiais de referência sobre o aconselhamento em DST/aids, apontando suas contribuições, limites e possibilidades de aplicação. Trata-se, portanto, de um estudo de natureza qualitativa, baseado na análise de documentos sobre o aconselhamento em geral, o aconselhamento em DST/aids, e sobre a principal corrente teórica identificada nesses materiais: a Abordagem Centrada na Pessoa, de Carl Rogers. Além de identificar a origem histórica da imprecisão do conceito de aconselhamento enquanto prática social, este estudo colocou em evidência tanto as potencialidades e fragilidades da Abordagem Centrada na Pessoa para lidar com a complexidade de facetas presentes nessa epidemia, como a existência de alguns desacordos e contrastes entre a prática de ajuda proposta por esse referencial teórico e a estrutura de aconselhamento proposta pelos manuais, bem como, algumas contradições e ambigüidades existentes na própria proposta desenhada para o aconselhamento no campo da aids. Sustenta-se que, para fazer um uso consistente da Abordagem Centrada na Pessoa no aconselhamento em DST/aids, algumas mudanças de concepção, expectativa, enfoque e posicionamento se fazem necessárias. Primeiramente é imperioso que se veja o aconselhamento como um espaço onde a ação está voltada às necessidades e características do cliente, e não voltado para resolver a múltiplas demandas da política de prevenção e assistência, pois ele nunca deve ser visto como uma ação isolada, mas deve sempre estar inserido em uma estratégia mais ampla aonde se somam outros tipos de intervenção.É importante que se reveja a idéia de objetivos, conteúdos e resultados fechados e pré-determinados, possibilitando que sejam centrados na pessoa do cliente e, portanto mais abertos, flexíveis ou construídos conjuntamente. Finalmente, é importante para uma maior qualificação e efetividade dessa prática, utilizar-se de outros quadros teóricos e conceituais, que discutem outras dimensões e aspectos do universo individual, não abordados por essa linha teórica.