Análise do custo dos pacientes em lista de espera para o transplante hepático

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Turri, José Antonio Orellana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-04102021-151927/
Resumo: Introdução: Há um número crescente de pacientes em lista de espera para o transplante hepático, que atualmente é a única opção de tratamento de pacientes com doença hepática terminal. As complicações da doença hepática avançada acarretam inúmeras intervenções, procedimentos e internações, elevando os gastos com estes pacientes e causando um alto custo para o sistema público de saúde. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o custo total do paciente cirrótico em lista de espera para o transplante hepático e também, avaliar os principais fatores correlacionados com os custos como o tempo de espera em lista, os desfechos observados e o MELD. Métodos: Foi realizada uma coorte prospectiva com 492 pacientes cirróticos em lista de espera para o transplante hepático entre os anos de 2012 e 2013. Destes, 134 foram transplantados, 178 permaneceram em lista de espera, 103 foram removidos por melhora ou piora do quadro clínico e 67 faleceram durante o período de espera em lista. Foi utilizada a metodologia de microcusteio, analisando todos os recursos utilizados pelo paciente, incluindo o número total e o custo de cada material, medicamento, procedimento, exame laboratorial, exame de imagem, recursos humanos, quimioterapia, hemoterapia e internações sob a perspectiva do hospital e valores atuais do HCFMUSP. O custo de cada paciente foi obtido e os resultados foram agrupados segundo grupos de desfecho e de gravidade avaliada pelo MELD. Resultados: O custo médio do paciente em lista de espera para o transplante hepático é de R$ 29.114,77 ± 31.541,40. O custo do paciente transplantado é de R$ 17.462,60 ± 20.087,99, do paciente removido de lista é de R$ 19.354,10 ± 35.001,14; do paciente que faleceu em lista é de R$ 49.162,30 ± 37.511,10 e do que permaneceu em lista é de R$ 24.717,13 ± R$ 28.571,05 (p<0,001). Com relação ao custo do paciente relativo a gravidade segundo critério MELD, o custo do paciente com MELD menor que 15 é de R$ 16.321,45 ± 25.682,39, entre 15 e 30 é de R$ 30.582,54 ± 33.453,50 e com MELD acima de 30 é de R$ 34.163,03 ± 28.368,06 (p<0,001). Os principais fatores relacionados ao custo são, internações, ablação por radiofrequência e a hemoterapia. Conclusão: O custo do paciente em lista para transplante hepático está relacionado significativamente à sua gravidade segundo MELD. Internações, ablação por rádio frequência e a utilização de hemocomponentes foram, isoladamente, os recursos que mais elevaram os custos totais destes pacientes.