Efeito do exercício físico à distância no nível de atividade física, mobilidade, equilíbrio e qualidade do sono de idosas hipertensas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Campos, Giulliard de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-11042024-094740/
Resumo: Introdução: O envelhecimento mundial da população vem ocorrendo de forma acelerada, especialmente nos países em desenvolvimento. No Brasil, a projeção é que em 2025 o país assuma a sexta posição mundial com 32 milhões de idosos. A hipertensão arterial sistêmica afeta aproximadamente um bilhão de pessoas no mundo, implicando em maiores gastos no sistema de saúde e aumento nas taxas de mortalidade, sendo mais prevalente em idosos. Evidências mostram que os distúrbios do sono influenciam de forma negativa no ritmo circadiano (RC), comprometendo as funções fisiológicas, tais como; secreção hormonal, temperatura corporal, função imunológica, função intestinal e ciclo do sono. A piora na qualidade do sono está associada a queixas de dores de cabeça, déficits de memória, dificuldades de concentração e cansaço físico, podendo aumentar a incidência de doenças crônicas não transmissíveis. Os principais órgãos governamentais responsáveis por implementação de programas em saúde pública, bem como a Organização Mundial de Saúde recomendam atividade física para todos os indivíduos, sobretudo para idosos hipertensos. Objetivo: verificar o impacto do exercício físico à distância (EFAD), no nível de atividade física, mobilidade, equilíbrio e qualidade do sono de idosas hipertensas. Metodologia: idosas hipertensas sob tratamento medicamentosos com idade entre 60 e 79 anos de idade foram avaliadas quanto ao nível de atividade física por meio do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) e para a mobilidade e o equilíbrio com os testes Timed Up and Go (TUG), a escala de Berg e o teste de caminhada de 4,6 metros. A qualidade do sono foi avaliada por meio dos questionários Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), escala de sonolência Epworth e por actigrafia. As participantes foram randomizadas em 2 grupos, controle e EFAD, com reavaliação após 10 semanas. Resultados: Foram avaliadas 17 participantes do grupo controle e 13 participantes do grupo EFAD (média da idade 69,7± 4,9 anos). Houve maior pressão arterial sistólica e diastólica no grupo controle em comparação com o EFAD (132,4 ± 24,1 mmHg vs. 118,0 ± 14,7 mmHg, p = 0,035; 76,4 ± 12,3 mmHg vs. 67,8 ± 7,2 mmHg, p = 0,013 respectivamente), após as 10 semanas, no entanto a PAD já era menor no grupo EFAD no início do estudo. No grupo EFAD houve redução do tempo no teste TUG: 9,5 (8,1 - 15,1) segundos para 9,2 (8,04 - 13,3) segundos, p=0,046. Não houve diferença na escala de sonolência entre grupos. Houve redução semelhante na pontuação do PSQI nos 2 grupos. Na actigrafia, o tempo total de sono aumentou no EFAD (372,4± 92,7 min para 428,7 ± 67,4 min, p=0,044). Conclusões: Houve discreta melhora da mobilidade e da qualidade do sono com a utilização do EFAD em idosas hipertensas, com a prática regular de exercícios de baixa a moderada intensidade, com a periodicidade de 3 vezes na semana, durante 10 semanas. O tempo total de sono aumentou em cerca de uma hora. A adesão a este protocolo foi de cerca de dois terços das idosas, indicando que este tipo de treinamento pode ser uma opção em tempos de isolamento ou para indivíduos idosos que tenham dificuldade com deslocamento para realizarem atividades físicas. Mais estudos são necessários, com maior número de participantes, para determinar o efeito de exercício realizado à distância na qualidade do sono em diferentes populações e fora do período de pandemia.