Influência da saúde mental e prática de atividade física no consumo alimentar em tempos de Covid-19 no Brasil, Portugal e Itália

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Barreto, Vanessa de Lana Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35141
Resumo: A pandemia de COVID-19 levou à adoção global de medidas de distanciamento social e quarentena. Este estudo avaliou o impacto da saúde mental e da atividade física, durante a pandemia, sobre o consumo alimentar e estado nutricional no Brasil, Portugal e Itália. Participantes selecionados aleatoriamente, via canais online, forneceram dados sobre características sociodemográficas, saúde mental, atividade física, hábitos alimentares e estado nutricional. A análise foi realizada no RStudio®(versãoR4.2.3). A amostra incluiu 152 brasileiros, 211 portugueses e 221 italianos, com média de idade 39,1(±11,4), 30,8(±12,8) e 32,2(±9,9), respectivamente. Em todos os países, a apreciação corporal foi superior à média escalar pelo instrumento aplicado. No Brasil, a escolaridade foi superior à de Portugal e a renda acima da média nacional, ao contrário de Portugal, onde a renda foi semelhante à da população. Brasileiras com sintomas de depressão menor e maior possuíam sobrepeso (p=0,039). As com ansiedade moderada apresentaram menor consumo de alimentos variados (p=0,025), enquanto as extremamente insatisfeitas consumiam mais ultraprocessados (p=0,019). Brasileiros que praticavam atividades físicas leves 1-3 vezes por semana possuíam IMC≥30kg/m² (p=0,011), os que praticavam 4-5 vezes possuíam IMC< 25kg/m² e os que praticavam 6-7 vezes possuíam sobrepeso (p=0,011). Brasileiros que não praticaram atividades moderadas possuíam IMC≥ 30kg/m², enquanto aqueles que praticaram 1-3 vezes IMC<25kg/m², e os que praticaram 4-5 vezes IMC de sobrepeso (p=0,023). Em Portugal, mulheres sem sintomas depressivos aderiram mais ao PREDIMED, as com depressão maior apresentaram baixa adesão (p=0,001). Mulheres extremamente insatisfeitas possuíam IMC≥30kg/m² (p=0,020). O consumo de vinho por semana estava associado ao sobrepeso em mulheres e obesidade em homens, tanto antes quanto durante o distanciamento social (p=0,025, p=0,001, p=0,016 e p=0,058). Mulheres com baixa adesão ao PREDIMED e que não praticaram atividades moderadas apresentaram sobrepeso (p=0,021). Na Itália, mulheres com ansiedade leve possuíam sobrepeso e as extremamente insatisfeitas IMC≥30kg/m² (p<0,001 e p=0,004). Homens que consumiram vinho possuíam sobrepeso durante o distanciamento (p=0,038). Mulheres com média adesão ao PREDIMED praticaram atividades moderadas 6-7 vezes por semana, enquanto as com alta adesão 4-5 vezes (p=0,007 e p=0,002). Homens que praticaram atividades leves 6-7 vezes e moderadas 4-5 vezes possuíam IMC≥30kg/m² (p=0,003 e p<0,001). Mulheres extremamente insatisfeitas não praticaram atividades vigorosas (p<0,001), as extremamente satisfeitas praticaram 4-5 vezes (p<0,001). Homens ligeiramente insatisfeitos e satisfeitos não praticaram atividades leves (p=0,032). O distanciamento impactou a atividade física, alimentação variada, e consumo de ultraprocessados, afetando o estado nutricional. Contudo, a prática de atividades físicas e alimentação variada foram mais comuns em grupos com melhores condições socioeconômicas.