Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Valvassori, Igor Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-22032019-103557/
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Resumo: |
A pesquisa tem como questão principal qual o significado dos bailes negros para São Paulo e para a problemática urbana. O baile, enquanto significante inscrito no espaço-tempo da metrópole, carrega quais significados para os seus frequentadores, para quem não frequenta, para quem pensa em saídas para esse (re)produzir desumano da cidade? Diante desta pergunta, a partir do método de análise progressivo-regressivo proposto por Henri Lefebvre, utilizando-se de pesquisa bibliográfica, entrevistas, observações de campo e coleta de materiais a discussão inicia-se a partir do baile nostalgia, manifestação cultural contemporânea dos bailes negros. Partindo do baile nostalgia, a pesquisa foi conduzida por toda a trajetória da relação da população negra com os bailes desde o pós-abolição, em que três períodos com características específicas foram categorizados: os bailes negros, do pós-abolição ao ano de 1958; os bailes black, de 1958 até 1994; e os atuais bailes nostalgia, de 1995 até 2016, ano privilegiado nas observações de campo e entrevista. Os bailes foram compreendidos como uma forma de encontro com conteúdos ligados às lutas, às resistências e ao vivido da população negra em São Paulo em articulação com o processo de produção deste espaço urbano, que se faz de forma desigual socialmente e racializada. Entre estes conteúdos estão a produção de uma vida pública na cidade, a relação centro-periferia que se configura no meio do século XX e a memória corporal, coletiva e política dos negros em um contexto em que a reprodução do espaço se faz produzindo espaços amnésicos e uma sociabilidade de tempo efêmero, que atinge diretamente os referenciais de identidade e vida da população paulistana. Os significados dos bailes negros para São Paulo, então, são diversos, tecidos em uma trama na qual a rede negra se faz e refaz tendo o baile como um de seus nós. Os bailes significam, para negros, brancos e pobres também um viver a cidade na contra-lógica da reprodução do espaço sob a lógica capitalista que nega a vida constantemente em favor da superação crítica de suas inerentes crises de reprodução. |