Variação do número de cópias do gene TSPY em indivíduos saudáveis da população brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cruz, Juliana de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17135/tde-02082024-085112/
Resumo: Análises genéticas e genômicas revelam a presença de sequências complexas e heterogêneas nos cromossomos sexuais de primatas que passaram por diferentes trajetórias evolutivas, resultando no padrão de desenvolvimento e determinação sexual existente. O Y é um pequeno cromossomo com 60Mb, representando apenas 2 a 3% do genoma haploide, possuindo de 70 a 200 genes, sendo os mesmos responsáveis pelo desenvolvimento e maturação sexual masculina. As variações no número de cópias (CNVs) são alterações genômicas envolvendo ganhos e perdas de mais de 1 Kb no genoma de referência. As CNVs podem alterar os níveis de expressão gênica, alterando genes ou elementos de regulação. Nesse contexto, encontra-se o gene TSPY, gene de múltiplas cópias repetitivas em tandem, que variam de 11 a 74 cópias. A descrição dessas CNVs é ausente na população brasileira, assim, o presente estudo teve como objetivos: (a) descrever as CNVs do gene TSPY em indivíduos saudáveis na população brasileira de diferentes etnias (quilombola, indígena e urbana); (b) avaliar o efeito da inserção Alu YAP e da idade nas CNVs do gene TSPY; (c) analisar as CNVs do gene TSPY entre pai e filho e entre diferentes tecidos de um mesmo indivíduo. No total foram analisadas CNVs do gene TSPY a partir de DNA de 285 indivíduos, sendo 125 oriundas da população urbana de Ribeirão Preto, 69 da população quilombola São Gonçalo, Contendas do Sincorá-BA, e 91 indígenas Pataxó-BA. Para 34 indivíduos foram analisadas CNVs entre pai e filho (17 pares). Para 16 indivíduos foi realizada a análise das CNVs em três tecidos de diferentes origens embrionárias (sangue, saliva e esperma). O número de cópias na amostragem total variou de 18-123, sendo de 22-84, 18-123 e de 12-98 na população urbana, quilombola e indígena respectivamente. Aa CNVs do gene TSPY diferiu significantemente entre os três grupos estudados (p=0,001), sendo uma menor variação na população indígena. Não houve diferença significativa entre o número de cópias entre pais e filhos (p>0,005), entretanto, há uma tendência de diferença no número de cópias e não há um padrão onde indivíduos mais velhos, no caso os pais, tenham menos cópias. A inserção Alu YAP e a idade não foram associadas com as CNVs do gene TSPY (p>0,005). Foi observada diferença estatística significativa entre as CNVs do gene TSPY nos diferentes tecidos (p=0,0209), o que indica uma variação intraindividual, e que o tecido com uma maior taxa de proliferação celular, a saliva, tem um menor número de cópias que o sangue e o esperma. Esse é o primeiro trabalho a descrever as CNVs do gene TSPY em indivíduos saudáveis e da população brasileira. Assim como a descrever a influência da inserção Alu YAP e da idade, e a diferença do número de cópias entre pais e filhos e em diferentes tecidos. Os dados nos permite concluir que a população brasileira é uma população heterogênea com uma alta variação do número de cópias em nível populacional, entre e intra indivíduos e que as CNVs do gene TSPY são influenciadas por fatores individuais, como o ambiente celular e requisições de cada tecido.