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Diminuição da conectividade funcional medida pela eficiência global da rede motora: estudo comparativo entre doença de Parkinson, tremor essencial e voluntários sadios

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pinto, Natalia Novaes Pelizari
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5151/tde-22062021-095643/
Resumo: Doença de Parkinson e Tremor Essencial estão entre os transtornos do movimento mais prevalentes. No entanto, sua fisiopatologia não é completamente conhecida. A Ressonância Magnética Funcional tem se tornado uma ferramenta útil para estudo das funções cerebrais em indivíduos saudáveis e em patologias diversas. Dentre as diversas metodologias disponíveis para análise dos dados de ressonância funcional, optamos por aplicar a Teoria de Grafos, que é o campo da matemática que analisa redes complexas e tem sido aplicada à neuroimagem para quantificar os circuitos funcionais cerebrais. Através da Teoria de Grafos, podemos calcular a Eficiência Global da rede motora, que reflete a transferência efetiva de informação em uma rede de nós. Matematicamente, é expressa como o inverso da medida dos caminhos mais curtos entre os nós de uma rede. De acordo com dados da literatura recente a esse respeito, levantamos a hipótese de que a eficiência global da rede motora deveria estar diminuída na Doença de Parkinson em relação a voluntários sadios e a pacientes com Tremor Essencial, e que essa diminuição se correlacionaria com parâmetros clínicos, como níveis de tremor. Também levantamos a hipótese de que, em pacientes com Tremor Essencial, a conectividade do cerebelo deveria estar alterada em relação a controles e a pacientes com Doença de Parkinson. O objetivo principal desde estudo foi de avaliar a hipótese acima, bem como acessar as diferenças entre os subgrupos de Doença de Parkinson - Rígido-Acinética e Tremulante. Objetivos específicos foram de avaliar a conectividade par-a-par (seed-to-voxel e ROI-to-ROI), correlacionar dados de Eficiência Global a parâmetros clínicos, como escala de UPDRS1, escala de tremor e Dose Equivalente de Levodopa. Cento e três sujeitos (54 PD, 18 ET e 31HC) foram incluídos no estudo. Todos os grupos foram submetidos a Ressonância Magnética estrutural e funcional. Imagens foram pré-processadas 1 UPDRS - do inglês, Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson. usando o programa CONN, sendo 9 indivíduos excluídos devido a artefatos de movimentação. As Regiões de Interesse (ROI) foram determinadas com base nos atlas \"Automated Anatomical Labeling\" e \"Harvard-Oxford\", além de ROIs criadas manualmente para Substância Negra e Núcleo Denteado. Tais ROIs foram selecionadas por sua relevância na Rede Motora. A análise estatística foi realizada com parâmetros conservadores. A análise através da Teoria de Grafos mostrou diminuição da Eficiência Global (GE) da rede motora na PD em relação a HC. As áreas que mais contribuíram para esta redução foram a área motora suplementar (SMA) esquerda e o giro pós-central bilateralmente. Para ET, não houve diferença na GE da rede motora em comparação a DP. No entanto, houve aumento da conectividade da rede cerebelar anterior em relação às outras ROIs da rede motora em comparação a PD. As escalas de tremor se correlacionaram positivamente com a GE da rede motora em ambos os subgrupos da PD, assim como na GE da substância negra esquerda em ambos subgrupos, sendo maior a correlação com a forma rígido-acinética. Concluímos que a conectividade funcional medida através da GE da rede motora está diminuída na PD em comparação a controles, especialmente devido à diminuição da conectividade da SMA esquerda e do giro pós-central bilateral. Esses achados corroboram a teoria de que há uma disfunção global da rede motora na PD, que não afeta somente os gânglios da base, mas também áreas associadas à modulação do movimento. Essas áreas poderiam ser novos alvos para terapias como Estimulação Magnética Transcraniana, e para posteriores estudos de neuroimagem funcional sobre a conectividade pré e pós intervenção em tais áreas