A evolução da lesão renal aguda em pacientes de terapia intensiva e o Neutrophil Gelatinese Associated Lipocalin (NGAL)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Silva, Gabriela Fulan e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-15022012-130850/
Resumo: Introdução: A lesão renal aguda (LRA) ocorre em unidades de terapia intensiva (UTI), com incidência de 30%, enquanto que a incidência hospitalar é 3-5%. A mortalidade nestes pacientes, inalterada nas últimas décadas, varia entre 50 e 70%. O padrão clínico para diagnóstico da LRA é a dosagem da creatinina sérica, que é um método pouco sensível, tardio e incapaz de discriminar a gravidade da lesão. Esse fato compromete o uso de terapias efetivas em tempo hábil e não permite vislumbrar a evolução pós LRA. O reconhecimento da lesão renal precoce contribui para a prevenção de danos renais maiores. O NGAL, proteína presente no sangue e na urina proveniente da lesão de células tubulares renais, é capaz de detectar a LRA antes do aumento da creatinina, estabelece medidas de prevenção e tratamento logo após o insulto, indica o grau de severidade da lesão e sugere o início da terapia de substituição renal (TSR). Objetivo: Esse estudo visa caracterizar a evolução da função renal de pacientes com LRA baseados na classificação AKIN (Acute Kidney Injury Network) e no NGAL. Material e método: Estudo de coorte prospectivo consistindo de 83 pacientes internados em UTI, avaliados em relação ao fluxo urinário, creatinina plasmática e NGAL. Resultados: Um total de 65 pacientes desenvolveram LRA, 28 a adquiriram durante a internação na UTI e 37 já apresentavam LRA na admissão. Dos pacientes com LRA, trinta e três (50,8%) apresentaram AKIN estágio 1, treze (20,0%) apresentaram AKIN estágio 2 e dezenove (29,2%) AKIN estágio 3. Os pacientes classificados em AKIN estágio 3 apresentaram valor significativamente maior de NGAL do que o grupo com AKIN estágio 1. Níveis de NGAL significativamente menores (p< 0,05) foram encontrados em pacientes que não desenvolveram LRA. Dentre os fatores associados ao óbito, destacamos a presença de doença de Chagas, LRA e Sepse; a baixa fração de ejeção (FE); o uso de drogas vasoativas (DVA), ventilação mecânica (VM) e balão intra-aórtico (BIA); maior pontuação no escore SOFA; necessidade de hemodiálise; redução da diurese e elevações da creatinina e NGAL. Observamos que somente as variáveis: presença de BIA (p=0,013), balanço hídrico positivo positivo (p< 0,001) e necessidade de hemodiálise (p< 0,001) foram preditores de óbito. Somente a presença de sepse, distúrbios do sódio e fluxo urinário foram preditores de diálise Conclusão: Níveis de NGAL colhidos nas primeiras 24 horas de admissão na UTI contribuíram para predizer o desenvolvimento da LRA além de corresponder ao aumento da severidade da LRA.