Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Espírito Santo, Tiago Braga do |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7131/tde-20122007-100254/
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Resumo: |
O presente estudo aborda o início da profissionalização da enfermagem brasileira através da vinda de enfermeiras francesas, de 1890 a 1895, para o Hospício Nacional de Alienados (HNA), no Rio de Janeiro, capital do recém instalado governo republicano. O contrato, de 1890 que proporcionou a vinda dessas profissionais foi uma das medidas do governo para sanar a crise institucional acarretada pela saída das Irmãs de Caridade desse hospício, onde elas exerciam cuidados de enfermagem. São objetivos do estudo: identificar as possíveis circunstâncias que culminaram em um contrato, firmado entre os governos do Brasil e da França, que promoveu a vinda de enfermeiras francesas para o Hospício Nacional de Alienados, no Rio de Janeiro, em 1891; Descrever o processo de laicização nos hospitais e da profissionalização da enfermagem francesa definindo o perfil das enfermeiras formadas pela Escola de Salpêtrière; analisar a trajetória da vinda dessas profissionais ao Brasil, no contexto histórico do início da Primeira República; levantar as possíveis atividades que enfermeiras francesas teriam desempenhado no Hospício Nacional de Alienados. A fundamentação teórico-metodológica foi feita com base na proposta da História Nova, tomando como dimensão os conceitos da História Social. No âmbito da abordagem, o tema estudado conduziu para um enfoque direcionado pela Micro-História, com a técnica da Descrição Densa como forma de narrativa. Os dados coletados foram interpretados de acordo com as novas perspectiva da escrita da história, de Burke, vinculados com o objeto através da triangulação de dados. O corpus documental é composto majoritariamente pelos relatórios ministeriais da época e de algumas evidências sobre as enfermeiras francesas disponibilizadas pelo acervo documental do Palácio do Itamaraty. Outro importante recurso utilizado foi a mídia escrita, principalmente os registros noticiosos publicados pelo \"Jornal do Commercio\", pelo \"Diário Oficial\" e pela revista \"O Brazil-Médico\". O estudo nos possibilita perceber o conturbado contexto que deu origem à enfermagem francesa e os diversos modelos existentes na França, tendo então prevalecido o modelo do Dr. Bourneville que, através de sua atuação como médico, político e jornalista, organizou escolas de formação e escreveu manuais de enfermagem que influenciaram diversos países no mundo. O contexto brasileiro encontrava-se muito conturbado com a transição do governo monárquico para o republicano no final do século XIX, motivando transformações sócio-políticas que caracterizavam o país como importador das idéias positivo-evolucionistas européias, concretizando assim a intencionalidade de \"civilizar\" a nação, trazendo como pano de fundo o desenvolvimento da medicina social e da psiquiatria como forma de higienização/exclusão. Ao relacionar o desenvolvimento da enfermagem na França com o ideário republicano brasileiro percebe-se que a contratação de cerca de 40 enfermeiras francesas para o trabalho no HNA estava diretamente relacionada com a intenção de reafirmar o governo recém instalado e inaugurar, no Brasil, uma profissão para mulheres inspirada no modelo de enfermagem de Bourneville |