Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Silva, Ana Clara Nery da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-01072024-162410/
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Resumo: |
Esta pesquisa teve como proposta compreender possíveis nexos entre a educação ambiental, o sentimento de pertencimento e a ação coletiva com a terra na experiência da Horta Comunitária da Zona Norte, em Araraquara/SP. Desenvolveu- se uma investigação qualitativa, de caráter exploratório e inspirada em pressupostos de um estudo de caso, com materiais coletados via pesquisa documental, observação participante e entrevistas semiestruturadas, analisados a partir da triangulação de sujeitos e técnicas de coletas de dados. Usou-se o referencial da interdisciplinaridade e da multirreferencialidade, comungando diferentes áreas do saber e buscando uma leitura dos fenômenos a partir da complexidade. Ela se justifica pela necessidade de pensar processos educadores que façam emergir outros modos de ser, de estar, de saber e de pertencer e que, dada a conjuntura de estragos e mazelas socioambientais, capacitem os sujeitos para mitigação ou, quem sabe, possível reversão do atual quadro de crise civilizatória generalizada. O conceito base aqui estudado foi o de pertencimento, que se desdobra da ancestralidade, da identidade, da comunidade, da potência de ação, do mergulho em si, da conexão temporal e do diálogo, propondo um processo de educar para a multiplicidade, a pertinência e o encantamento do mundo. Enquanto atividades educadoras encontradas na Horta e que são voltadas ao pertencer, destacam-se: i. os momentos de vivência, acolhimento e formação; ii. a educação para o “saber da terra” e o “saber das águas” iii. os desdobramentos da Horta em outros espaços, projetos e parcerias; iv. a relação com a capoeira e maracatu, para formação da identidade e resgate da ancestralidade; e v. o processo de engajamento político. O movimento da Horta foi pensado para produção de alimentos em escala, buscando combater a fome e garantir a segurança alimentar, mas na prática houve pequena produção, muito aquém das necessidades da comunidade e dos próprios participantes. Parte dessa produção se potencializou nos quintais individuais, onde o cuidado foi mais facilmente alcançado no momento pandêmico e pós-pandemia, levando para dentro das casas a “agroecologização da quebrada”. Para além da produção alimentar, a Horta se desdobrou em outros projetos culturais e socioambientais, auxiliando na constituição da identidade e do engajamento político da comunidade. A multiplicação dessas discussões para toda a Zona Norte e as outras periferias de Araraquara pede mais incentivo e mais amparo da gestão pública. Foram encontrados marcos legais municipais que buscam a segurança alimentar e nutricional nos territórios de maior vulnerabilidade socioambiental e sugere-se que estas políticas sejam constantemente revisadas e aprimoradas, incluindo a aproximação com a Horta, o mapeamento das fortalezas e fragilidades dos bairros, a busca das relações de afeto e confiança com as comunidades e a formação das identidades locais. A partir de uma utopia coletiva, a Horta tem trazido à essa comunidade, com tamanhas fragilidades, a possibilidade de se fazer forte, potente, múltipla e em continuidade, cumprindo o primordial papel da educação ambiental. |