Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Assis, Josiane Betim de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42133/tde-24012024-160811/
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Resumo: |
O mosquito Aedes aegypti é um inseto hematófago conhecido por ser vetor de arbovírus de grande importância na saúde pública. Sua saliva é composta por ampla gama de moléculas com atividades anti-hemostáticas e imunomoduladoras, dentre as quais foi identificada uma citotoxicidade seletiva para linfócitos. Considerando a diversidade de mecanismos de morte celular regulada descritos na literatura, uma compreensão mais aprofundada do processo desencadeado pela saliva em linfócitos é necessária. As consequências dessa citotoxicidade também carecem de esclarecimentos, incluindo a investigação sobre a possível eferocitose das células em processo de morte. Assim, o objetivo deste trabalho foi caracterizar a morte de linfócitos induzida pela saliva de Ae. aegypti e avaliar a possível eferocitose decorrente desse processo. Para isso, baços murinos foram usados como fonte de linfócitos, os quais foram incubados com extrato da glândula salivar (EGS) de Ae. aegypti para as avaliações subsequentes. Identificamos, inicialmente, que o EGS inibiu a linfoproliferação de linfócitos induzida por concanavalina A e foi capaz de alterar a topografia da membrana das células afetadas. Essas alterações ocorreram como consequência da morte de linfócitos, um efeito causado por moléculas termolábeis com massa molecular superior a 100 kDa. Notamos ainda que a atividade de caspases, em especial caspase-3, é importante para o desenvolvimento desse fenômeno, que afetou células T e B de maneiras diferentes. Enquanto células B apresentam um perfil de morte mais próximo ao da apoptose clássica, mantendo a estrutura da membrana sem liberar lactato desidrogenase (LDH), as células T parecem ser mais sensíveis à ação citotóxica, visto que essas células liberam LDH e diminuem em número ao longo das primeiras 24 horas de cultura. Apesar dessas características, a morte celular induzida pelo EGS não parece ser dependente de caspase-1 ou gasdermina D, demonstrando não induzir a ativação das vias canônica ou não canônica da piroptose. Mesmo com os efeitos observados in vitro , ensaios in vivo não demonstraram diferenças significativas na morte de linfócitos da pele de camundongos expostos à picada do mosquito. Além disso, não fomos capazes de detectar influência da morte induzida pelo EGS no processo de eferocitose por células dendríticas derivadas da medula óssea, nem na maturação ou liberação de citocinas por essas células. Acreditamos, contudo, que o processo de morte seletiva induzida pelo EGS de Ae. aegypti pode ajudar a ampliar o conhecimento sobre o microambiente criado pela saliva na pele do hospedeiro e contribuir para o desenvolvimento de estratégias de combate ao mosquito e aos patógenos por ele transmitidos. |