\"Para com isso!\", \"Para, pelo amor de Deus!\": um estudo comparativo das personagens Neusa Sueli e Dilma da obra de Plínio Marcos

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Casari, Matheus de Souza
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Conflicto dramático; Conflito dramático; Personagem; Personaje; Plínio Marcos; Texto dramático
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-15102024-122950/

Uma obra teatral sendo, antes de tudo, uma obra de arte, reflete o período em que foi produzida, trazendo em seu cerne, através de símbolos, por vezes de maneira sutil, por vezes escancarada, reflexos da visão de mundo do artista. Dentre esses reflexos, o elemento mais importante é a personagem, já que ela configura a integralidade do texto, pois esse existe somente por meio desses sujeitos (PRADO, 2009). A caracterização desses seres se dá de algumas maneiras, como por meio de seu embasamento em uma \"certa concepção de humanidade, que pode ser motivada por uma série de motivos no imaginário do autor. Essa construção de personagem, por uma perspectiva mais \"interior do que exterior\", forma seres \"feridos pela realidade\" e que \"parecem resgatar o mundo pela sua condição\" (ibidem, p. 73). Assim se apresentam Neusa Sueli e Dilma, personagens emblemáticas das peças censuradas Navalha na carne (1967) e O abajur lilás (1969), respectivamente, obras do dramaturgo Plínio Marcos. São mulheres alvos de violência por parte de seus iguais e que, como resposta a essas agressões, também as cometem, visto que suas realidades se dão dessa forma (VIEIRA, 1994). As personagens do drama (etimologicamente, ação) agem em busca de seus objetivos, movimento que é sufocado por seus obstáculos, provocando então o conflito dramático (BALL, 2017). Nesta dissertação de mestrado, busca-se traçar os perfis de ambas as personagens citadas para analisar seus movimentos, obstáculos e, por conseguinte, seus conflitos dramáticos, com o intuito de evidenciar como, no teatro de Plínio Marcos, a história não é narrada, mas exibida como se tratasse da própria realidade (PRADO, 2009).