Efeito das cianobactérias Synechococcus leopoliensis e Nostoc sp. sobre fitopatógenos e nas interações sorgo (Sorghum bicolor) - Colletotrichum sublineolum e fumo (Nicotiana tabacum) - vírus do mosaico do fumo (tobacco mosaic virus - TMV)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Di Piero, Robson Marcelo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20220208-041348/
Resumo: As cianobactérias são microrganismos procariotos, capazes de realizar fotossíntese, e que se reproduzem por fissão binária ou por fragmentação (no caso das filamentosas). Apesar de algumas espécies de cianobactérias serem prejudiciais, produzindo substâncias venenosas para animais ou levando à eutrofização de lagos, outras são úteis ao homem. As formas mais avançadas conseguem fixar o nitrogênio atmosférico graças à presença de heterocistos e das enzimas requeridas para o processo. Essas cianobactérias apresentam o potencial de melhorar a estrutura e fertilidade de solos, como os de pradarias cultivadas com arroz irrigado, onde tenham sido incorporadas. Existem, ainda, diversos trabalhos mostrando a capacidade das cianobactérias em produzirem vários compostos biologicamente ativos contra fungos, vírus e bactérias causadores de doenças no homem e alguns trabalhos relatam o efeito antagônico sobre insetos pragas de plantas e sobre fitopatógenos. Além disso, as cianobactérias mostram-se muito versáteis, sobrevivendo e se desenvolvendo em ambientes desfavoráveis e são de fácil multiplicação sob condições controladas. Dessa maneira, esse trabalho objetivou estudar a influência in vitro de duas cianobactérias, Synechococcus leopoliensis e Nostoc sp., sobre patógenos de plantas e também verificar o efeito das mesmas, quando aplicadas nas plantas, sobre a expressão dos sintomas provocados por alguns dos fitopatógenos. Os resultados mostraram que os filtrados obtidos a partir de culturas das cianobactérias com diferentes idades de cultivo, reduziram a infectividade do vírus do mosaico do fumo (tobacco mosaic vírus - TMV) e o crescimento micelial de Exserohilum turcicum, patógeno da parte aérea de sorgo, porém, não apresentaram efeito antagônico in vitro a Colletotrichum graminicola, a C. sublineolum (patógenos fúngicos de parte aérea de milho e sorgo, respectivamente) e a Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli, bactéria causadora do crestamento foliar em feijão. Ao contrário, em alguns casos, as cianobactérias favoreceram o desenvolvimento dos dois últimos fitopatógenos considerados. Quando aplicadas nas folhas de plantas de sorgo e de fumo, antes da inoculação com os patógenos, as suspensões celulares das cianobactérias reduziram a doença provocada por Colletotrichum sublineolum e TMV, respectivamente. O efeito foi de baixa amplitude e localizado (somente nas folhas pré-tratadas), podendo refletir a ação direta das cianobactérias contra os patógenos e/ou pela resposta de defesa vegetal. Em um dos bioensaios conduzidos, S. leopoliensis foi capaz de provocar o acúmulo de fitoalexinas em cotilédones de soja, um dos mecanismos pelos quais uma planta se defende localizadamente contra um fitopatógeno, mostrando a possibilidade da cianobactéria ativar a resposta de defesa da planta. Indução de resistência sistêmica nas plantas não foi observada.