Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Seabra, Deborah Maria da Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12140/tde-03012019-163339/
|
Resumo: |
Essa tese de doutorado tem como objetivo estudar o diferencial de gênero no tempo de commuting dos indivíduos e entender sua relação com a Hipótese da Responsabilidade Doméstica (HRH, em inglês). Em um primeiro momento busca-se identificar as diferenças no comportamento de viagens a trabalho de homens e mulheres e associá-las à HRH, ao passo que a segunda parte vai mais a fundo na questão da divisão de tarefas e analisa o papel das normas sociais como motor do diferencial de gênero no tempo de commuting. Lançando mão de informações provenientes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2011 a 2015 para indivíduos casados, a primeira parte constrói uma métrica para o grau de responsabilização do cônjuge com os afazeres domésticos e investiga a sua importância na determinação do tempo de commuting. Os principais resultados indicam que gênero só se apresenta como característica relevante para explicar a duração do deslocamento ao trabalho nos cenários em que a parcela desempenhada de afazeres domésticos não é levada em consideração. Testes de robustez mostram que o efeito da HRH sobrevive mesmo quando incluídos nas regressões aspectos do mercado de trabalho que tradicionalmente são apontados como explicações para homens e mulheres apresentarem diferentes durações do commuting. Reconhecendo que a divisão de afazeres domésticos é influenciada pelos papéis de gênero que cada cônjuge assume dentro de um casamento, a segunda parte utiliza dados do Censo Brasileiro de 2010 para incluir na análise casais do mesmo sexo e entender como as normas sociais podem ser responsáveis pelas diferentes durações no trajeto casa-trabalho de homens e mulheres. Os resultados revelam que casais do mesmo sexo apresentam maior probabilidade de terem o mesmo tempo de commuting e que mulheres que se relacionam com outras mulheres conseguem ter maior mobilidade no espaço urbano, trazendo evidências de que o afrouxamento das normas sociais, materializado na não-designação tradicional de papéis sociais de gênero em um casamento, tem efeitos positivos sobre a igualdade do commuting. A pesquisa aqui desenvolvida expande a fronteira do conhecimento em várias frentes, a começar por trazer a discussão para fora do eixo dos países desenvolvidos. Mais importante ainda, discute o desenrolar da HRH no que diz respeito à capacidade de se locomover no espaço em busca de melhores oportunidades de emprego. Finalmente, a pesquisa ainda traz insights sobre a diferença entre gênero e papéis de gênero como condicionantes do comportamento de viagem dos indivíduos, permitindo que políticas públicas sejam desenhadas visando mitigar os efeitos adversos da HRH para as mulheres. |