Inglês: disciplina-problema no ensino fundamental e médio?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Uechi, Suzi Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-07112007-130624/
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo investigar cinco contextos de ensino de língua inglesa nos níveis fundamental e médio de escolas públicas e particulares. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter etnográfico que se realizou a partir de entrevistas com coordenadores, professores e monitores das escolas participantes deste estudo; de gravações de aulas feitas em áudio onde atuei como pesquisadora-observadora; de notas de campo e material coletado durante a pesquisa (trabalhos de alunos, material didático utilizado pelos professores, folhetos informativos sobre as escolas). O estudo destes contextos revelou que língua inglesa é interpretada como disciplinaproblema e, portanto, tende a receber um tratamento diferenciado por parte das escolas que procuram ministrar tal disciplina a partir do estabelecimento de formas alternativas de ensino: a parceria entre um colégio particular de ensino fundamental e médio e uma escola de línguas, a criação de um Centro de Línguas próprio dentro de um colégio, a terceirização do ensino de inglês em um colégio de ensino fundamental e médio, a utilização de uma Disciplina-Projeto de inglês para o ensino médio em uma escola da rede pública e Aulas de Revisão para alunos do terceiro ano do ensino médio de escolas públicas visando o aprendizado de leitura. A partir do diagnóstico de inglês como disciplina-problema, houve a percepção de que há um embate entre o tradicional e o novo no ensino de inglês. Tal conflito reside no fato de que as escolas buscam inovações pedagógicas que as situem como mais adequadas e eficientes às propostas educacionais contemporâneas, porém, ao mesmo tempo, parecem sofrer abalos na sustentabilidade de seus próprios projetos devido às inevitáveis influências presentes nas sociedades pós-modernas: por exemplo, a atribuição de se \"dominar\" o idioma estrangeiro inglês como exigência para se tornar parte do mundo globalizado e de se conseguir um bom emprego no futuro. Os dados deste estudo igualmente assinalaram a questão da mercantilização do ensino de inglês decorrente das demandas globais e em um grupo de comunidades educacionais locais onde, nos bastidores, inglês é percebido como disciplina-problema.