Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Costa, Pedro Henrique Campos Pinho |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-04082023-073147/
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Resumo: |
O controle de Helicoverpa armigera (Lepidoptera: Noctuidae) no Brasil tem sido baseado principalmente no uso de inseticidas e plantas geneticamente modificadas que expressam proteínas de Bacillus thuringiensis Berliner (Bt). Casos de resistência de H. armigera a diferentes inseticidas já foram documentados no Brasil. Sendo assim, inseticidas com novos modos de ação, tais como metaflumizone (bloqueadores de canais de sódio dependentes da voltagem) podem ser úteis na implementação de estratégias de Manejo da Resistência de Insetos (MRI). Com o aumento da adoção da soja Bt MON 87701 × MON 89788 que expressa a proteína Cry1Ac, houve uma supressão da densidade populacional de H. armigera no Brasil. Contudo, ocorrências esporádicas de lagartas de Helicoverpa spp. têm sido reportadas em lavouras de soja Bt nos últimos anos. Sendo assim, para verificar se a evolução da resistência de H. armigera à soja Bt era um dos fatores para explicar o aumento destas infestações e possibilitar o uso do inseticida metaflumizone como uma das alternativas para subsidiar um programa de MRI, os objetivos desse estudo foram (i) Caracterizar as curvas de dose-resposta a metaflumizone em populações de H. armigera; (ii) Monitorar a suscetibilidade a metaflumizone e soja MON87701 × MON89788 em populações de H. armigera coletadas nas safras 2020/21 e 2021/22; (iii) Estimar a frequência de alelos da resistência a metaflumizone e soja MON87701 × MON89788 após 10 anos de cultivo comercial; (iv) Selecionar uma linhagem de H. armigera resistente à soja MON87701 × MON89788; e (v) Avaliar a dominância funcional da linhagem resistente de H. armigera em folhas de soja MON 87701 × MON 89788. Houve baixa variação (1,84 vezes) na suscetibilidade a metaflumizone em populações de H. armigera coletadas na safra 2019/20. Com base na dose diagnóstica (DL99) para metaflumizone, a sobrevivência média variou de 2% (safra 2020/21) a 12% (safra 2021/22). Mediante o uso da técnica de F2 screen, 179 isofamílias foram avaliadas para estimar a frequência de alelos de resistência a metaflumizone e 55 foram consideradas positivas, resultando em uma frequência estimada de alelos de resistência de 0,0774 (IC 95% = 0,06 - 0,10). De uma safra para outra, houve aumento de 3,2 vezes na frequência de alelos da resistência a metaflumizone. As mortalidades de lagartas de H. armigera em folhas de soja Bt foram 100% para todas as populações monitoradas nas safras 2020/21 e 2021/22. Entretanto, em um total de 241 isofamílias F2 de H. armigera testadas quanto à presença de alelos da resistência à soja Bt, 12 isofamílias foram consideradas positivas, resultando em uma frequência alélica estimada de 0,0134 (IC 95% 0,007 - 0,022). Houve um aumento de 12,2 vezes da frequência de alelos da resistência em H. armigera à soja Bt em comparação com as estimativas obtidas entre 2013 e 2015. A partir das lagartas sobreviventes de F2 screen, uma linhagem resistente de H. armigera à soja Bt foi selecionada após 8 ciclos de pressão de seleção com lagartas alimentadas em folhas de soja Bt. A dominância funcional da resistência de H. armigera em folhas de soja Bt foi recessiva. Os resultados desse trabalho evidenciam a necessidade de implementação de estratégias de MRI para preservar a vida útil do inseticida metaflumizone e da soja MON87701 × MON89788 no manejo de H. armigera no Brasil. |