A vida social de pessoas com diagnóstico de esquizofrenia, usuárias de um Centro de Atenção Psicossocial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Moll, Marciana Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-19122008-152837/
Resumo: Os Centros de Atenção Psicossocial estão sendo estruturados segundo práticas de atenção psicossocial, as quais têm provocado mudanças nas formas tradicionais de compreensão e tratamento dos transtornos mentais. A reinserção social, inclusão da família e da comunidade no tratamento são recursos utilizados para a promoção da saúde mental nestes serviços comunitários. Para que os portadores de transtornos mentais tenham uma melhor qualidade de vida é essencial que tenham participação social. Parece-nos importante caracterizar, segundo alguns aspectos, as pessoas portadoras de esquizofrenia, uma vez que este transtorno psicótico pode ocasionar dificuldades inerentes à sua vida social. Ao abordarmos a vida social de pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, devemos enfocar a participação em atividades comunitárias e de lazer e a interação interpessoal com familiares e amigos. Acreditamos que esses aspectos são essenciais para a qualidade de vida e para a reinserção social dessas pessoas, o que vai ao encontro das premissas da reabilitação psicossocial. O atual estudo é de natureza qualitativa, descritiva e exploratória e tem, como objetivos, investigar a vida social de usuários com diagnóstico de esquizofrenia de um Centro de Atenção Psicossocial e identificar como o processo terapêutico, oferecido pelo CAPS, tem colaborado na vida social dessas pessoas. Os sujeitos envolvidos foram os pacientes portadores de esquizofrenia, na faixa etária de dezoito a quarenta anos, residentes em Uberaba- MG, matriculados no Centro de Atenção Psicossocial. Para a coleta de dados foi utilizada a entrevista semi estruturada, conduzida segundo um roteiro. Estas entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra para que os dados fossem analisados. Para análise e discussão dos dados foram utilizados os seguintes passos: ordenação dos dados, classificação dos mesmos e análise final, tendo por base a associação entre o material teórico e empírico. Foram identificadas três categorias: a vida dos pacientes antes e após o adoecimento; o cotidiano dos usuários no ambiente extra CAPS e a assistência do CAPS colaborando na vida social e na estabilização de sintomas dessas pessoas. Os resultados sinalizaram para uma redução na qualidade das relações interpessoais do paciente após o adoecimento, embora seu cotidiano, no ambiente extra CAPS, esteja satisfatório e produtivo. Por fim, verificamos que o CAPS está oferecendo recursos terapêuticos para enriquecer a vida social e estabilizar os sintomas da clientela assistida. Entretanto, acreditamos ser essencial uma reflexão acerca da necessidade da equipe atuante no CAPS estabelecer parceria intersetorial e junto à Estratégia Saúde da Família e à própria comunidade de forma que o paciente tenha oportunidade de ampliar suas possibilidades terapêuticas relacionadas à socialização e, assim, enriquecer sua vida social. Acreditamos que esta prática também resultará na desmistificação social acerca da esquizofrenia.