Estudo da regeneração e transplante de mudas de palmiteiro (Euterpe edulis Martius) em diferentes condições de perturbação e luminosidade da Floresta Atlântica (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Schaefer, Sônia Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-20220208-105958/
Resumo: A Reserva Biológica de Paranapiacaba, localizada no alto da Serra do Mar, em Santo André, SP, representa uma das porções que restam da Floresta Atlântica no Estado. No entanto, sua preservação tem sido dificultada pelo extrativismo predatório de palmito, que tem provocado alterações na estrutura de sua vegetação, a partir da eliminação de inúmeros palmiteiros (Euterpe edulis Mart.) e da modificação das condições de luminosidade no interior da floresta. Foram objetivos deste estudo: avaliar os danos causados à regeneração natural do palmiteiro e verificar a sobrevivência e o crescimento de suas mudas quando transplantadas para diferentes condições de luminosidade no interior da floresta, através de práticas silviculturais. Para avaliação da regeneração natural, estudou-se a estrutura da população de palmiteiros em duas áreas: uma área perturbada pelo extrativismo e outra não perturbada. Os estudos mostraram que as atividades extrativistas afetaram consideravelmente a regeneração natural da espécie, pois, em 3.450 m2, foram verificadas, na área não perturbada, 92 palmeiras em estádio reprodutivo e 17.664 plântulas, enquanto que na área perturbada, foram verificadas apenas 2 palmeiras em estádio reprodutivo e somente 892 plântulas. Observou-se, ainda, que 81,5% dos indivíduos jovens de Euterpe edulis da área perturbada apresentam um impedimento mecânico à polinização, fato que poderá retardar a recuperação da área, caso este impedimento seja definitivo. Quanto ao transplante das mudas de Euterpe edulis, por meio do remanejamento de plântulas no interior da floresta, foram testados três locais, com diferentes intensidades de radiação fotossinteticamente ativa (PAR), que foram chamados de "Radiação alta" (RA), "Radiação moderada" (RM) e "Radiação baixa" (RB), com valores variando ao redor de 254,9; 24,2 e 3,7 µmol.m-2.s-1, respectivamente. Os estudos mostraram que o sistema de plantio adotado é técnica e economicamente viável para a recuperação dos locais afetados pelo extrativismo. Os locais sombreados apenas pelas copas das árvores, correspondentes ao tratamento com intensidade moderada de radiação, mostraram ser ideais para o transplante das mudas. A satisfatória porcentagem de sobrevivência e o bom desenvolvimento das mudas submetidas ao tratamento de intensidade de radiação mais alta, sugerem que as mudas podem ser transplantadas até mesmo para os locais onde o extrativismo provocou a abertura de pequenas áreas de clareiras. O diâmetro, o peso seco da parte aérea, o número e o peso seco das raízes mostraram uma relação positiva com a intensidade de radiação incidente.