Novas categorias teóricas para a análise de dissonâncias métricas em obras musicais dos séculos XX e XXI

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gumboski, Leandro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27157/tde-20092022-152150/
Resumo: Quando Harald Krebs publicou, em 1999, uma obra integralmente dedicada à análise de dissonâncias métricas na música de Robert Schumann, estabeleceu-se um novo modelo teórico para análise rítmica e métrica da música tonal. Tal sistema analítico se fundamenta na premissa de que dissonância métrica é toda estrutura que apresenta algum grau de desalinhamento entre os tempos que compõem seus estratos métricos e que, portanto, isso pode ocorrer de diferentes maneiras, mapeadas em categorias específicas no âmbito da própria teoria. Considerando a abrangência do conceito de dissonância métrica, um conjunto mais recente de trabalhos acadêmicos tem buscado aplicar a teoria estabelecida em repertórios dos últimos cento e vinte anos. Ao fazê-lo, porém, a teoria denota limitações de categorias, posto ter sido desenvolvida para o repertório tonal do século XIX. Esta tese, portanto, procura contribuir com a Teoria da Dissonância Métrica, desenvolvendo novas categorias que foram mapeadas a partir da análise de repertórios do século XX e das duas primeiras décadas do século XXI a saber, por agrupamento deslocado, por múltiplos não isócronos, micrométrica por andamento, micrométrica por deslocamento, micrométrica por aceleração e retenção contínua. A tese desenvolve, ainda, os princípios de processualidade métrica, conforme proposto por Hasty (2020 [1997]), a partir de ações específicas descritas por Krebs (1999) e Santa (2019). Ao demonstrar sua aplicabilidade, como modelo analítico, algumas composições são analisadas integralmente, ressaltando processos métricos que se utilizam das novas categorias de dissonâncias, métricas e micrométricas, que a própria tese desenvolve. Os resultados apontam para um conjunto de oitenta categorias distintas, entre dissonâncias métricas e micrométricas, que resultam da intersecção entre as novas categorias e aquelas já pré-estabelecidas. A funcionalidade desta atualização à Teoria da Dissonância Métrica, pelas análises desenvolvidas no âmbito desta pesquisa, deve ser promissora, especialmente aos processos analíticos de repertórios não tonais.