Anisotropia magnética e gravimetria do Complexo Intrusivo Santa Angélica, Faixa Araçuaí

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza Junior, Gelson Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/14/14132/tde-16092021-035726/
Resumo: O Complexo Intrusivo Santa Angélica (CISA) está localizado na Faixa Araçuaí, na região Sudeste do Brasil. É um complexo plutônico Cambriano alongado na direção NE, composto de dois plútons gêmeos (lóbulos Nordeste e Sudoeste) com formato de olho de boi (bulls eyes) e trama interna concêntrica (onion skin). Foi formado durante o estágio pós-colisional do Orógeno Araçuaí (OA), um exemplo de orógeno Neoproterozóico relacionado ao Ciclo Brasiliano. Os plútons pós-colisionais na porção sul do OA intrudem uma crosta mais profunda e têm um padrão concêntrico inversamente zonado, enquanto os plútons pós-colisionais da porção norte são batólitos graníticos/charnockíticos muito maiores com lineações sub-horizontais. Embora o CISA seja amplamente reconhecido como livre de deformação regional devido ao seu contexto tectônico e datações, uma importante deformação em estado sólido foi registrada em suas bordas, bem como uma zona de cisalhamento interna. Neste trabalho, o objetivo é estudar os mecanismos responsáveis pela geração dessas feições e compreender melhor a causa das diferentes arquiteturas apresentadas pelos corpos pós-colisionais quando colocados em níveis crustais distintos. Aplicamos a modelagem direta 2D de dados gravimétricos no CISA e em suas rochas encaixantes, juntamente com uma análise estrutural completa por meio de anisotropia de susceptibilidade magnética (ASM), anisotropia de remanência magnética (ARM) e dados microestruturais de seções delgadas orientadas. Os dados gravimétricos obtidos com o levantamento de campo refletem as distribuições inversamente zoneadas, da gradação das bordas graníticas para núcleos de composição máfica. As análises magnéticas indicam que a magnetita multidomínio controla a trama magnética das rochas encaixantes do CISA. A modelagem gravimétrica 2D mostra que no Lóbulo Nordeste afloram a raiz do plúton e sua espessura é bem menor que a do Lóbulo Sudoeste. Usando a análise microestrutural e a trama mineral magnética, três zonas foram identificadas onde há microestruturas que evidenciam deformação em estado sólido: (i) rochas encaixantes que têm foliação paralela ao contato com o CISA, (ii) a borda granítica foliada e (iii) a zona de cisalhamento interno. Nas áreas (i) e (ii), as microestruturas de estado sólido de temperaturas mais altas são sobrepostas por estruturas de mais baixa temperatura, enquanto a área (iii) possui apenas estruturas em estado sólido de altas temperatura. Duas hipóteses são levantadas para esta estruturação, envolvendo a deformação regional ou diapirismo reverso. No primeiro caso, as estruturas observadas ao longo das bordas do corpo representam o particionamento tardio da deformação que se manifesta também nas zonas de cisalhamento regionais. No segundo caso, ela teria sido causada pela flutuabilidade negativa das rochas máficas após o processo de cristalização.