Pensar sem apoios: Hannah Arendt e a vida do espírito como política do pensar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Novaes, Adriana Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-02062017-095237/
Resumo: Esta tese tem como objetivo mostrar que as atividades do espírito às quais Hannah Arendt se dedicou nos últimos anos de vida foram elaboradas ao longo de toda a sua obra. Para isso, as apropriações do pensamento de Immanuel Kant foram decisivas, assim como a crítica às reduções identificadas na interpretação das experiências da história principalmente pelo pensamento moderno. O método de Arendt é destacado e consiste na identificação da origem e interpretação das experiências que geraram significados e como esses significados foram transformados pelo distanciamento das origens ou pela escolha de uma abordagem limitada de negação do caráter contingente dos assuntos humanos. A história da maneira pela qual princípios da filosofia foram tomados e o reexame desses sentidos atribuídos à experiência dirigem os esforços de Arendt para a elaboração de uma política do pensar, fundamentada na defesa da espontaneidade e da resistência que a ação exige de nossas faculdades no contexto violento do século XX, cenário este que contaminou a compreensão da política pela experiência inédita do mal do totalitarismo. A partir da crítica à funcionalização, às falácias metafísicas e aos conceitos totalizantes e personalizados, Arendt combate a negação da filosofia e busca conciliar pensamento e ação pela redefinição das atividades do espírito e pela defesa da contingência e da imprevisibilidade da história. Assim, as atividades do espírito o pensamento, a vontade e o juízo ganham estatuto ontológico, pois afirmados como transcendentes e constitutivos do modo pelo qual o ser humano estabelece e compartilha sua existência e as atribuições de significado. A afirmação da vida do espírito por Arendt se dá como um pensar sem apoios, o que significa a compreensão da filosofia como interpretação da realidade que não se deixa determinar por quaisquer explicações universalizantes sejam advindas da natureza, de teorias ou ideologias. A filosofia de Arendt é um pensar sem apoios na afirmação da insegurança do pensamento filosófico como uma política do pensar.