Área de vida, movimentação e seleção de habitat do cágado Hydromedusa maximiliani (Testudines: Chelidae) no parque estadual Carlos Botelho, SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Costa, Shirley Famelli da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-23082013-162647/
Resumo: Um fator-chave para a conservação da biodiversidade é a adequada estruturação de áreas protegidas. Para quelônios, no entanto, a determinação do tamanho e da configuração dessas áreas requer a execução de estudos de longa duração capazes de integrar as diversas informações que garantam o sucesso reprodutivo, o recrutamento de novos indivíduos e o entendimento de todos os aspectos necessários para o extenso ciclo de vida, assegurando, portanto, diversidade genética que proporcione a persistência das populações desses animais ao longo do tempo. Um total de dezenove cágados adultos (10 machos e nove fêmeas) foram equipados com rádio-transmissores e outros 18 animais (11 fêmeas e sete machos) foram monitorados com bobinas de rastreamento com a finalidade de determinar a área de vida, os padrões de movimentação e o uso e seleção de habitat de Hydromedusa maximiliani, uma espécie de cágado Vulnerável e endêmica de áreas de Mata Atlântica, um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta. Por meio de diferentes estimadores (Polígono Convexo Mínimo ou MCP \"Minimum Convex Polygon\", Kernel e Cluster para os dados de telemetria) foi possível observar que H. maximiliani apresenta área de vida que varia entre 0,2 e 1,5 ha ao longo de um período anual, com média de 0,4 ha, independentemente da estação do ano. Apesar da diferença de tempo empregado no monitoramento pelos dois métodos (72 horas para o bobinas de rastreamento e 15 meses para a telemetria), observou-se que o tamanho da área de vida não foi diferente quando comparadas as estimativas obtidas. Esse resultado, bem como o baixo deslocamento apresentado pela espécie (3 a 138 m/dia) e o intenso uso de refúgios pelos indivíduos monitorados, pode ser explicado pelo comportamento sedentário e intensa fidelidade ao ambiente aquático. Contudo, esse aspecto não descarta a sua relação com o ambiente terrestre, o que, entretando, necessita de melhor e mais prolongada investigação, uma vez que a seleção de locais para a postura dos ovos é um comportamento maternal sujeito à seleção natural e que contribui para a sobrevivência e a variação fenotípica da prole.