Aspectos anatomotopográficos e anestesia com sevofluorano para exérese de fibropapilomas em tartarugas verdes (Chelonia mydas)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Dutra, Gustavo Henrique Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74135/tde-14022022-110947/
Resumo: Fibropapilomatose é uma enfermidade panzoótica tumoral de tartarugas verdes (Chelonia mydas), cujas lesões são caracterizadas como massas papilares na pele, especialmente no membro torácico. O objetivo do estudo foi levantar aspectos anatomotopográficos do membro torácico e plexo braquial e avaliar a anestesia com sevofluorano em tartarugas verdes para exérese de fibropapilomas cutâneos. Doze cadáveres de tartarugas verdes foram dissecados para identificação dos músculos da cintura peitoral e do plexo braquial. As dissecções foram efetuadas após a retirada do plastrão das tartarugas, e divulsão de pele e tecido subcutâneo, separando as fáscias e perimísio para identificação de origem e inserção da musculatura do membro torácico, bem como a divulsão para visualização das raízes ventrais cervicais e torácicas que originam o plexo braquial na espécie. Dezoito tartarugas verdes com fibropapilomatose foram submetidas à anestesia por sevofluorano, após indução com 5 mg/kg de propofol. A fração expirada de sevofluorano (FESevo) foi inicialmente estabelecida em 2,5%, sendo gradualmente elevada até a ausência de resposta dolorosa frente a um estímulo elétrico de 50 Hz, 20 Voltz e 6,5 milissegundos de duração. Ato contínuo, os tumores foram removidos com bisturi convencional. Os animais foram monitorados a cada 5 minutos por eletrocardiografia (ECG), concentração de CO2 no final da expiração (ETCO2), oximetria de pulso (SPO2), reflexos palpebral, corneal, cloacal, e de dor superficial e profunda. Ao estudo anatômico observou-se que o plexo braquial origina-se de raízes ventrais caudais entre a quinta vértebra cervical até a primeira vértebra torácica, cujo tronco superior origina os nervos sub e supraescapular, deltoide, e o supracoracoide; o tronco medial origina os nervos musculocutâneo, mediano e ulnar, e o tronco inferior o nervo radial. O FESevo estabelecido em tartarugas verdes para que obtivesse resposta negativa frente ao estímulo elétrico foi de 4,0% ± 0,31. Naquele momento, a FC foi de 33 ± 5,8 batimentos por minuto (bpm), a SPO2 foi de 95,6% ± 2,6, o ETCO2 foi de 21 mmHg [6;35] e temperatura cloacal de 29,5 ± 0,58°C. Foi notório o aumento no tempo de equilíbrio entre as frações inspiradas e expiradas de anestésico, sugerindo que isso deva ser decorrente do desvio intracardíaco, reduzindo respostas cardiovasculares vagalmente mediadas. Diante dos dados, conclui-se que o membro torácico apresenta complexa anatomia nervosa do plexo braquial, compatível com diversas outras Classes do Reino Animal, cujas ramificações inervam músculos e dermátomos notavelmente mais afetados pela fibropapilomatose. Para a remoção cirúrgica, é necessária a manutenção anestésica com aproximadamente 4% de sevofluorano, o qual promove cronotropismo cardíaco negativo nas tartarugas.