Seletividade a Trichogramma atopovirilia Oatman & Platner, 1983 de agroquímicos utilizados na citricultura paulista para o controle do bicho-furão-dos-citros, Gymnandrosoma aurantianum Lima, 1927

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Matos, Marina Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20022008-155214/
Resumo: O objetivo do presente trabalho foi avaliar, em laboratório, a seletividade de produtos químicos, utilizados na citricultura, ao parasitóide de ovos Trichogramma atopovirilia Oatman & Platner (Hymenoptera: Trichogrammatidae), inimigo natural com maior potencial de uso para o controle biológico de Gymnandrosoma aurantianum Lima (Lepidoptera: Tortricidae), uma das principais pragas dos citros. Os ensaios foram conduzidos seguindo as normas estabelecidas pela IOBC/WPRS para a avaliação dos efeitos nocivos de agroquímicos aos inimigos naturais de insetos. Utilizou-se água destilada como testemunha e foram selecionados cinco inseticidas (imidacloprid, deltametrina, Bacillus thuringiensis, óleo mineral e triflumuron), três acaricidas (abamectina, dicofol e espirodiclofeno) e quatro fungicidas (oxicloreto de cobre, piraclostrobina, difenoconazole e mancozebe) utilizados para o controle do bicho-furão-dos-citros e outras pragas e doenças de citros. Foram realizados ensaios relativos à exposição de adultos, forma mais suscetível do parasitóide, aos produtos; contato direto com formas imaturas (ovo-larva, pré-pupa e pupa) no interior dos ovos do hospedeiro natural G. aurantianum e do hospedeiro alternativo, Anagasta kuehniella e aceitação, pelas fêmeas do parasitóide, de ovos tratados com os produtos. Posteriormente, os produtos foram classificados, conforme a redução causada no parasitismo ou porcentagem de emergência em: 1, inócuo (<30%); 2, levemente nocivo (30 a 79%); 3, moderadamente nocivo (80 a 99%); 4, nocivo (>99%). Os inseticidas, acaricidas e fungicidas testados afetaram o parasitismo de T. atopovirilia. Não houve diferença no comportamento de T. atopovirilia fosse ele criado no hospedeiro natural ou no alternativo. Os produtos menos seletivos aos adultos do parasitóide foram deltametrina, abamectina, óleo mineral e imidacloprid. Em relação aos estágios imaturos do parasitóide, todos os produtos foram inócuos, exceto óleo mineral, que provocou redução de 100% na porcentagem de emergência; abamectina, triflumuron, imidacloprid foram levemente prejudiciais ao período ovo-larva. Abamectina e triflumuron tiveram maior efeito sobre a capacidade de parasitismo dos indivíduos emergidos quando o tratamento ocorreu durante a fase de pupa do parasitóide. Os produtos Bacillus thuringiensis, difenoconazole, oxicloreto de cobre, piraclostrobina, dicofol, espirodiclofeno, considerados inócuos ou levemente prejudiciais em todas as etapas dos ensaios em laboratório, podem ser utilizados em programas de Manejo Integrado de Pragas, em associação com o controle biológico, sem prejuízo para o parasitóide e contribuindo para a sustentabilidade da citricultura.